Movimentos da Terra: Translação

Movimento orbital da Terra ao redor do Sol, obedecendo a um trajeto elíptico que se completa em um período de 365 dias, 5 horas e 48 minutos, ou seja um ano. Por a órbita terrestre ser elíptica, pouco excêntrica, o planeta se encontra hora mais próximo do Sol, ora mais afastado. No ponto mais afastado (o afélio – entre os dias 30/06 e 08/07), a distância Terra-Sol é de aproximadamente 152,5 milhões de km, enquanto no ponto mais próximo (o periélio – entre os dias 30/12 e 08/01), a distância é de cerca de 148 milhões de km. Assim, a distância média é de 150 milhões de km.

Lembrando a 2ª Lei de Kepler, a velocidade de translação varia conforme a proximidade do planeta com o Sol obtendo-se um velocidade média de translação: 30 km/h.

O eixo imaginário da Terra apresenta uma inclinação de 66°33’ em relação ao plano da órbita ou plano da eclíptica. Por isso, a incidência dos raios solares sobre um ponto da superfície da Terra varia de acordo com a época do ano. Como consequência, em certos momentos da translação, um dos hemisférios estará com uma maior área iluminada.

A principal consequência do movimento de translação é a existência das estações do ano. Porém, é importante ressaltar que sua ocorrência não está associada apenas ao movimento de translação, mas também, à inclinação do eixo de rotação.

Devido ao movimento de translação e à inclinação do eixo de rotação, teremos, em determinados meses do ano, um hemisfério com uma maior área iluminada em relação ao outro, provocando os verões e os invernos. Já em outros períodos, os dois hemisférios recebem aproximadamente a mesma quantidade de calor e luz, provocando os outonos e as primaveras.

Os dias em que os dois hemisférios recebem igualmente luz e calor denominam-se dias do equinócio (do latim medieval equinoxium = noites iguais), o que corresponde aos dias 20 ou 21 de março (equinócio de outono no HS e de primavera no HN) e 22 ou 23 de setembro (equinócio de primavera no HS e de outono no HN). Nos equinócios, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a Linha do Equador, assim, os dias e as noites duram 12 horas em todo o planeta.

Já os dias em que a desigualdade no recebimento de luz e calor entre os hemisférios está em seu extremo são denominados dias do solstício (do latim, sols titiuni = parada do Sol), o que corresponde aos dias 21 ou 22 de junho, quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer (solstício de inverno no HS e de verão no HN); e 22 ou 23 de dezembro, quando o Sol incide perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio (solstício de verão no HS e de inverno no HN). Nas datas de solstício e de verão, o hemisfério mais iluminado terá o dia mais longo do ano e a noite mais curta, já no hemisfério que estiver entrando no inverno, a noite será mais longa.

A latitude dos trópicos é definida diretamente pela inclinação do eixo terrestre imaginário. Esses paralelos delimitam o afastamento máximo do disco solar em relação ao plano da órbita. Entre o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio está a Zona Intertropical, que abrange toda a faixa da superfície na qual os raios solares incidem perpendicularmente durante parte do ano. Essa zona recebe maior insolação e, por isso, apresenta os climas mais quentes do planeta. No seu interior, as temperaturas tendem a ser mais elevadas nas áreas próximas à linha do Equador.

A latitude dos círculos polares é definida indiretamente pela inclinação do eixo terrestre. As faixas entre as latitudes 66°33′ e 90° – as Zonas Glaciais permanecem sem receber insolação durante parte do ano. Na latitude 90°, ou seja, nos polos Norte e Sul, o Sol não aparece durante os quatro meses do inverno. Nas latitudes próximas aos círculos polares, o disco solar desaparece atrás do horizonte durante praticamente dois meses no inverno. Os períodos sem Sol nessas faixas de altas latitudes são chamados de noite polar.

As faixas delimitadas pelos trópicos e círculos polares correspondem, em ambos os hemisférios, às Zonas Temperadas. Nelas, há insolação durante o ano inteiro, mas os raios solares incidem sempre em direção inclinada. Em consequência, elas têm insolação menor que a Zona Intertropical, mas maior que as Zonas Glaciais. Mais sobre estas questões relacionadas à insolação confira no capítulo sobre climatologia.

Para saber mais, veja também: