O Uso da Conjunção

A classe de palavras das conjunções funciona como elementos de ligação entre duas ideias.

Observe o uso do se:

A conjunção relaciona a possibilidade de maravilha do mundo com a comparação: as bibliotecas deveriam ser mais importantes que bancos.

Devido a essa possibilidade de relacionar diferentes ideias de diferentes maneiras, as conjunções gramaticais são essenciais para a escrita: elas conectam as orações e têm grande significado dentro do que desejamos expressar tanto na fala como na escrita.

Exemplos de Conjunção Ligando Orações

► Estudei muito e aprendi a matéria.
(apenas soma as ações de estudar e de aprender)

► Estudei muito, mas não aprendi a matéria.
(neste exemplo uma ideia contradiz a outra)

Enfim… nos exemplos dados, as conjunções relacionam – praticamente – as mesmas ideias, contudo de forma oposta. Ou seja: a conjunção expressa a relação de ideias proposta pelo autor.

Por isso, entendamos as diferentes formas de classificar as conjunções.

Conjunções Coordenativas

Conjunções coordenativas ligam orações de sentido completo e independente ou termos da oração que têm a mesma função gramatical.

Perceba:

Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de adição.
e, nem (= e não), não só… mas também, não só… como também, bem como, não só… mas ainda.

O professor não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.

Adversativas: ligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste.
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.

Tentei chegar mais cedo, porém uma obra me atrapalhou.

Alternativas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos que se realizam separadamente.
ou, ou… ou, ora… ora, já… já, quer… quer, seja… seja, talvez… talvez.

Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.

Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração que expressa ideia de conclusão ou consequência.
logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim.

Fábio estava bem preparado para a prova, portanto nem se abalou.

Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida.
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

Agiliza, que o filme já vai começar.

Conjunções Subordinativas

Conjunções subordinativas ligam duas orações, sendo uma delas dependente da outra. A oração dependente, introduzida pelas conjunções subordinativas, chama-se oração subordinada. Ela é subordinada porque seu significado está subordinado ao da outra oração: elas se completam.

Tipo isso:

A festa começa quando ela chegar.

► A festa começa: oração principal

► quando: conjunção subordinativa

► ela chegar: oração subordinada

A questão é que as próprias conjunções podem alterar o sentido da relação entre as orações.

A festa começa se ela chegar.

A festa começa já que ela chegou.

A festa começa embora ela não tenha chegado.

As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais:

Integrantes: indicam que a oração subordinada completa ou integra o sentido da principal.

Espero que você volte. (Espero sua volta.)

Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)

Adverbiais: indicam que a oração subordinada exerce a função de adjunto adverbial da principal, dependendo da circunstância que expressam.

Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal.
porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

Ele não fez o trabalho porque estava com preguiça.

Como estava cansado, desistiu do curso.

Concessivas: introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquanto.

Embora estivesse tarde, fomos vê-la.

Eu não desistirei desse amor mesmo que ninguém mais acredite.

Condicionais: introduzem uma oração que indica a hipótese ou a condição para ocorrência da principal.
se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem que, etc.

Se precisar do meu ombro, liga.

Não vou ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio muito urgente.

Conformativas: introduzem uma oração em que se exprime a conformidade de um fato com outro.
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc.

A viagem ocorreu conforme planejamos.

Arrume o trabalho segundo as orientações do professor.

Finais: introduzem uma oração que expressa a finalidade ou o objetivo com que se realiza a principal.
para que, a fim de que, que, porque (= para que), que, etc.

Toque a campainha para que venham nos atender.

Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.

Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado proporcionalmente à ocorrência da principal.
à medida que, à proporção que, ao passo que e as combinações quanto mais… (mais), quanto menos… (menos), quanto menos… (mais), quanto mais… (menos), etc.

O preço fica mais caro à medida que a inflação sobe.

Quanto mais reclamava menos atenção recebia.

Temporais: introduzem uma oração que acrescenta uma circunstância de tempo ao fato expresso na oração principal.
quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sempre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc.

A música começou assim que chegamos à festa.

A cidade ficou mais feliz depois que o time chegou.

Comparativas: introduzem uma oração que expressa ideia de comparação com referência à oração principal.
como, assim como, tal como, como se, (tão)… como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais), etc.

O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.

Ele é preguiçoso tal como o irmão.

Consecutivas: introduzem uma oração que expressa consequência da principal.
de sorte que, de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito que, que (tendo como antecedente na oração principal uma palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.

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