Urbanização do Brasil

O Brasil era formado por arquipélagos regionais, polarizados por suas metrópoles e capitais regionais, até as décadas de 30/40 do século XX. A partir do século XX (± 1940), o país deixa de ser um país agrário para tornar-se industrial. Os principais interesses econômicos e a força de trabalho encontram-se nas cidades e o meio rural está subordinado a elas. Seguindo a tendência mundial, o processo de urbanização no país vem aumentando. No início deste processo, grande parte da população rural que deixava as regiões rurais deslocava-se para as grandes cidades, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, além de outras capitais. Sabe-se que a urbanização concentrada reflete em concorrência acirrada pelo trabalho, degradação ambiental, violência urbana, impostos mais altos, maior dificuldade em adquirir imóveis residenciais, tempo gasto para deslocamentos intra-urbanos, entre outros. Devido a esses fatores, somados à questão da descentralização econômica (evolução dos meios de transporte e comunicação e reorganização do espaço industrial), houve uma inversão dessas metrópoles em favor de cidades médias a partir da década de 80 – processo chamado de desmetropolização.

Observamos no Brasil, como em outros países, certas características das cidades:

► Existência de cidades de diferentes tamanhos;
► Cidades que possuem funções urbanas definidas;
► Cidades que se diferenciam de outras pelo desenvolvimento do seu setor terciário.

Dados de 2010 apontam que o Brasil possui 57 regiões metropolitanas e que nas dez maiores vivem cerca de 59,8 milhões de habitantes (31,5% da pop. total do país). Apenas nas cinco maiores – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife – vivem quase 23% da população do país.

As primeiras regiões metropolitanas brasileiras foram criadas por lei em 1973, quando foram consideradas um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comum. A Constituição Federal de 1988 deixou para os estados definirem seus critérios específicos não só para a instituição, como também para a gestão das suas regiões metropolitanas.

Além dessas regiões metropolitanas, existem as regiões integradas de desenvolvimento econômico, que se constituem como regiões metropolitanas em que há conurbação entre cidades de dois ou mais estados, como o que ocorre no Distrito Federal, na Grande Teresina e em Petrolina/Juazeiro.

Diz-se que um país é urbanizado quando seu contingente
populacional urbano ultrapassa 50% do total*. É, portanto,
um fenômeno relacionado ao êxodo rural e à consequente
concentração de habitantes nas cidades.

* Porém, é preciso considerar qual critério o país utiliza para avaliar sua urbanização.

GOBBI, Leonardo Delfim. Urbanização brasileira. Disponível em: http://educacao.globo.com/geografia/assunto/urbanizacao/urbanizacao-brasileira.html . Acesso em: 23 fev. 2019.

No Brasil, utiliza-se o critério político-administrativo para classificar uma zona como urbana, isto é, considerando toda sede de município (cidade) e de distrito (vila), independente do tamanho da sua população. Isto ocorre porque muitos municípios superestimam o perímetro urbano a fim de arrecadar mais com o IPTU e com a valorização de imóveis.

Poucos países (El Salvador, Guatemala, Equador, etc.) utilizam critério semelhante ou igual ao do Brasil, a maioria utiliza a densidade demográfica. Para a ONU, uma zona só é urbana quando possui 20 mil habitante ou mais, mas cada país costuma estabelecer seu número mínimo de habitantes para determinar se uma localidade pode ser considerada zona urbana ou não. O IBGE sugere que sejam consideradas rurais se apresentarem até 5 mil habitantes. Assim, se utilizarmos o critério da ONU, a população residente em áreas urbanas no Brasil seria 57%.

No Brasil, existem, hoje, 15 cidades com mais de 1 milhão de habitantes; as 5 mais populosas são: São Paulo (11.244.369 hab.), Rio de Janeiro (6.323.037 hab.), Salvador (2.676.606 hab.), Brasília (2.562.963 hab.) e Fortaleza (2.447.409 hab.).

Fonte: Dados Preliminares do Censo Demográfico 2010/IBGE

Alguns estados possuem grau de urbanização acima de 70%, mesmo localizados em regiões de floresta ou reservas indígenas, onde predominam as atividades agropecuárias e de extrativismo. Exemplos:

Amapá (AP) > 89,8% Amazonas (AM) > 79,1% Roraima (RR) > 76,4%

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