União Ibérica e Invasões Holandesas

Gente, em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, morreu o Rei português Dom Sebastião e o trono luso ficou vago. Adivinha??? Felipe II, rei de Espanha, da casa dos Habsburgos (Sacro-Império Germânico), impôs-se como herdeiro legítimo do trono! Portugal e, consequentemente, suas colônias, passaram ao domínio espanhol, mas ainda preservando uma certa autonomia de administração.

Em termos práticos, o domínio espanhol representou o rompimento definitivo do Tratado de Tordesilhas, afinal de contas, com o novo rei, TUDO era de TODO MUNDO, né? As terras portuguesas e espanholas na América se confundem… Pô, agora não tem mais a linha imaginária que dividia. Já era meio sem controle com ela, imagina sem, podendo-se legalmente expandir a conquista portuguesa pelos interiores do país… O que nós temos aqui? O início do Bandeirismo, movimento de penetração do interior em busca de ouro e mão de obra indígena, e aumento das invasões estrangeiras, principalmente holandeses e franceses, pois, afinal de contas, os inimigos da Espanha agora também eram inimigos de Portugal.

Invasões Holandesas

E se eu te falar que, antes do período de domínio espanhol sobre Portugal (1580 a 1640), portugueses e holandeses possuíam vários acordos comerciais? É! As companhias privadas holandesas ajudavam a financiar a instalação de engenhos de açúcar, participavam da distribuição e comercialização do produto na Europa e do transporte de negros escravizados da África para o Brasil. Espanha e Holanda, no entanto, eram potências rivais, o pessoal realmente não se bicava…

Resultado: Durante o domínio espanhol, os holandeses foram proibidos de aportar em terras portuguesas, perdendo os privilégios no comércio do açúcar.

Como não são bobos nem nada, para garantir e ampliar seus negócios na América e na África, o governo Holandês e as empresas comerciais privadas da Holanda formaram, em 1621, a Companhia das Índias Ocidentais – uma mistura bem doida! Era tipo uma sociedade mercantil militarizada que atuava também como empresa colonizadora. Seu objetivo, OBVIAMENTE, era garantir o mercado fornecedor de açúcar e, quando possível, criar colônias nas regiões produtoras. Mas não ficou só aí: os holandeses também interferiram no comércio de escravizados negros. Pô, até então, esse comércio era um MONOPÓLIO português! Era praticamente indispensável ao modelo de produção açucareira instaurado no Brasil, pois com ele se conseguia mão de obra barata! Para você ver como esses caras estavam comprando a briga MESMO!

Os registros apontam que a primeira tentativa holandesa de se estabelecer no Brasil ocorreu em maio de 1624. Uma expedição conquistou Salvador e esse grupo conseguiu resistir aos portugueses por quase um ano. E só em abril de 1625 os holandeses foram repelidos por uma frota de 52 navios organizada por Espanha e Portugal.

Mas eles não desistiram facilmente! Em 1630, os holandeses fizeram uma nova investida. Conquistaram Recife e Olinda, em Pernambuco, o maior centro produtor de açúcar da colônia! Um baita golpe na economia da colônia e, em consequência, da metrópole! Eles permaneceram na região por 24 anos!

Como eles se mantiveram por tanto tempo? Primeiramente, conquistaram o apoio de boa parcela da população pobre local, como, por exemplo, o “mulato” Calabar, assim como da elite local, os muitos senhores de engenho. Cativaram o povo residente em suas mais variadas classes, conquistaram o território!

O período de maior prosperidade da colônia holandesa ocorreu no governo do príncipe de Nassau, entre 1637 e 1644. Quando Nassau voltou para a Holanda, a vila de Recife entrou em rápida decadência. Conflitos entre os administradores e donos de engenho reduziram a base de apoio dos holandeses e sua resistência diante dos constantes ataques portugueses.

O período de dominação holandesa no nordeste brasileiro caracterizou-se por um desenvolvimento econômico muito intenso, com características menos ostensivas à metodologia de colonização portuguesa. Os holandeses, protestantes em sua maioria – se liga que isso é muito importante, dada a mentalidade totalmente diferente da dos católicos do período –, ofereciam liberdade civil e religiosa para os indivíduos que apoiassem a manutenção da colônia e da produção açucareira.

Importante dizer que os holandeses não só se apropriaram, como também investiram na ampliação e diversificação da infraestrutura produtiva local, com financiamentos para a instalação de novos engenhos e para a abertura de novas frentes agrícolas no nordeste.

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