Acabamos de ver que, sem reprodução, não estaríamos aqui, certo? Outra das necessidades que todos os animais possuem é a de se sustentar e se locomover. Para pensarmos sobre isso, trago um exemplo bem simples, mas bem didático. Pensem em uma boneca de pano e em vocês tentando deixá-la em pé. Não dá, né? Ela não fica parada. E isso acontece, porque ela não tem estruturas internas que lhe deem sustentação. E é a partir daí que começamos a entender a importância e a necessidade de um esqueleto.
O esqueleto serve para dar forma e sustento ao corpo e, além disso, dá apoio aos músculos, o que torna possível o movimento e, claro, a locomoção. Mas, como tudo na biologia, não é tão simples assim! Existem diferentes tipos de esqueletos dentre os grupos animais, já que eles possuem necessidades iguais, mas soluções diferentes para elas, lembram? Existem diferentes formas pelas quais os animais se deslocam no meio em que vivem: pode ser nadando, saltando, voando… Seja qual for, ela permite a realização de atividades essenciais, como a captura de alimentos e a fuga de predadores.
E quais são essas variedades de esqueletos que podemos encontrar? O primeiro tipo é o hidrostático. Esse esqueleto não apresenta estruturas ósseas e ocorre em muitos invertebrados, geralmente de corpo mole, como: Cnidários, Nematelmintos e Anelídeos. Na cavidade corporal no celoma, que parece estar vazio, há a presença de líquido e é justamente pela pressão exercida por ele em conjunto com os músculos que ocorre a remodelação do corpo desses animais, dando sustento. Dessa forma, também é produzido o movimento. Observe a figura abaixo.

O segundo tipo é o exoesqueleto. Como o nome diz, ele é um esqueleto externo ao corpo. Podemos encontrá-lo em Artrópodes, com composição de quitina, um polissacarídeo que confere resistência e flexibilidade ao mesmo tempo. Por causa do exoesqueleto, os animais desse filo realizam a ecdise, que é o processo de muda desse esqueleto. Se vocês lembram bem das aulas de Zoologia, sabem que é um processo que ocorre de tempos em tempos e é essencial para que o animal possa aumentar seu tamanho nesse tempo em que está sem. Como eles só crescem durante o período em que estão sem o exoesqueleto, podemos concluir que ele é um fator limitante ao tamanho desse grupo e, em parte, é por isso que não conseguem atingir grandes tamanhos. Já imaginaram uma barata gigante?? Além do exoesqueleto de quitina, existem os formados por Carbonato de Cálcio (CaCO3), que é o caso dos corais e dos moluscos. Esse último grupo ainda apresenta nácar, uma matéria orgânica, na composição do seu esqueleto. Por fim, o que talvez seja novidade para alguns, é que as tartarugas também possuem exoesqueleto. Sim! O que a gente chama de “casinha da tartaruga” é a junção da carapaça com o plastrão, um exoesqueleto.
Outro tipo de esqueleto, e talvez o mais familiar para nós, é o endoesqueleto. É o tipo de esqueleto encontrado em nós humanos e nos outros Vertebrados. Ele fica dentro do corpo e é formado por ossos e/ou cartilagem e articulações, que são as estruturas que fazem a conexão entre um osso e outro. Mas o grupo dos Vertebrados é muito grande e diverso e, por isso, o endoesqueleto não é exatamente igual em todos esses animais. Existem adaptações para cada hábito de vida e ambiente em que eles vivem. Exemplos disso são as adaptações que encontramos nas patas dos anfíbios para facilitação do salto. O mesmo se aplica ao esqueleto das aves, que é modificado para o voo, e no das cobras, que não possuem membros e rastejam. Equinodermos também possuem um endoesqueleto formado por placas calcárias e flexíveis.
Por fim, há um meio de sustentação que não está relacionado com um esqueleto propriamente dito e é encontrado nos Platelmintos. Eles apresentam uma massa gelatinosa, a mesogléia, que preenche o espaço entre os órgãos e exerce pressão. Parecido com o mecanismo do esqueleto hidrostático, lembram? Mas, nesse grupo, ainda há o importante papel realizado pelas fibras musculares, que, por serem entrelaçadas e bem desenvolvidas, dão sustento ao corpo e permitem o movimento.