Começaremos com a reprodução. É através dela que são gerados novos descendentes e as características são passadas adiante. No caso de humanos, aposto que toda mãe adora ouvir “ela é a sua cara”, não é mesmo? E não é que seja literalmente a cara da mãe, isso significa apenas que aquelas características foram passadas para a prole e apareceram fenotipicamente. Mas e como isso ocorre? É o que veremos agora.
O primeiro tipo de reprodução que encontramos é a assexuada, que é aquela em que não há acasalamento e, por isso, os descendentes gerados serão idênticos ao progenitor, ou seja, clones, caso não ocorram mutações. Sendo assim, esse tipo de reprodução tem como vantagem a rapidez, já que, em um curto período de tempo, pode haver um aumento significativo da população e também não há gasto de energia na procura por parceiro sexual, podendo ser investida em outras funções. Porém, como principal desvantagem, é reduzida a variabilidade genética, pois toda a prole nasce igual. É a partir da variabilidade que as espécies conseguem lidar com mudanças do ambiente e, sem ela, existe o risco de extinção caso ocorram grandes mudanças no habitat. Ocorre em muitos animais invertebrados.
Existem três principais formas de reprodução assexuada encontradas nos animais e são elas: brotamento, na qual a prole é gerada por crescimento ou brotamento, a partir do corpo do animal antigo. O exemplo mais clássico desse tipo é o das esponjas; regeneração ou fragmentação, que é quando o animal se parte, espontaneamente ou por acidente, e cada fragmento origina um novo ser vivo, como é o caso das estrelas-do-mar; por fim, a partenogênese, que é o desenvolvimento de uma prole de ovos não fecundados. Esse último tipo ocorre em artrópodes, como as abelhas, e também em alguns vertebrados, como peixes, anfíbios e répteis, e pode apresentar algum tipo de comportamento sexual.
A reprodução sexuada, por sua vez, se dá através do encontro de duas células gaméticas, que nos animais são chamadas de óvulo e espermatozoide. São células haplóides e se formam a partir da meiose. É o tipo de reprodução encontrada na maioria das espécies e isso pode ser explicado pela sua principal vantagem evolutiva: a de gerar descendentes com variabilidade genética! E como se dá essa diversidade? Bom, durante o processo de divisão celular que irá formar os organismos, podem ocorrer dois eventos: a recombinação entre os cromossomos homólogos, conforme é mostrada na Figura 1, e a distribuição independente dos cromossomos.

Como nem tudo são flores, esse tipo de reprodução também possui desvantagem. Nesse caso, é a perda de tempo e recursos energéticos que são investidos na busca por parceiros sexuais. Mas ainda vale a pena, já que garante a diversidade genética. Ela consiste em três passos essenciais: a gametogênese, que é a fase inicial de produção dos gametas; o acasalamento, que é o momento em que os dois gametas se encontrarão; e, por fim, a fertilização, que é o momento de fusão dessas duas células gaméticas, gerando, posteriormente, o embrião diploide. A fertilização pode ser feita de duas maneiras: externa ou internamente. A externa ocorre em ambiente aquático, já que a água facilita o encontro dos dois gametas, que são simplesmente liberados no meio. Já animais que vivem em ambiente terrestre não podem contar com esse encontro, pois não há meio líquido. Por isso, a liberação dos espermatozoides é feita diretamente no aparelho reprodutivo da fêmea.
Existem, ainda, espécies que são hermafroditas, ou seja, o mesmo organismos é capaz de produzir óvulos e espermatozoides. Um exemplo clássico é a minhoca, mas, além dela, também podemos citar vermes parasitas, como a tênia. E qual a vantagem evolutiva disso? No caso das tênias, que vivem sozinhas dentro do hospedeiro, é muito difícil encontrar parceiro sexual e, dessa forma, ela consegue fertilizar os próprios ovos. Mas se é vantajoso, então porque todos os animais não são hermafroditas? De novo a história da variabilidade genética, a grande chave da reprodução!!