As Regiões Polares

O Ártico

É a região do extremo norte do planeta, formada por uma calota de gelo perpétuo de águas salinas, e não constitui um continente. Esse manancial de águas também pode ser chamado de Oceano Ártico, mas há geógrafos que o consideram um mar. O Ártico abriga o polo magnético da Terra, que fica na área central, mas é móvel. O paralelo a 66º33’ Norte delimita o Círculo Polar Ártico, que abrange porções de terra de sete países. Assim como na Antártica, no Ártico a primavera e o verão duram apenas de 15 a 30 dias, dependendo da latitude. No inverno, as temperaturas podem chegar a 60 graus negativos.

As alterações climáticas vêm provocando o derretimento da camada de gelo, o que abre caminho para a exploração comercial das já confirmadas reservas de petróleo e gás natural na região. Os cinco países vizinhos do Ártico – Rússia, Canadá, Estados Unidos, Dinarnarca e Noruega – reivindicam os direitos sobre essas riquezas minerais. Além disso, o derretimento do gelo ártico pode gerar novas rotas comercias de caráter permanente.

A Antártica

A Antártica, também chamada de Antártida, é uma área emersa de terras coberta por uma enorme camada de gelo. O continente ocupa 14 milhões de quilômetros quadrados e 99% de sua superfície é coberta por um manto de gelo que atinge quase 05 quilômetros de espessura e um volume de 25 milhões de quilômetros cúbicos. Essa massa de gelo é de vital importância, pois soma entre 68% e 70% do total de água doce do mundo, e sua variação interfere no nível dos oceanos. No inverno, até 18 milhões de quilômetros quadrados do oceano em torno do continente ficam cobertos por uma fina camada de gelo.

A Antártica é habitada apenas por pesquisadores de 30 países que mantêm ali base científica. Em 2014, havia 82 bases, algumas compartilhadas por duas nações. O Brasil mantém, no continente, a base Comandante Ferraz, que teve 70% de instalações destruídas por um incêndio em fevereiro de 2012.

O buraco na camada de ozônio na atmosfera, causado pela presença de clorofluorcarbonetos (CFCs) e de outros poluentes, localiza-se em cima do continente. Em 2006, o buraco sobre a Antártica atingiu tamanho recorde: 29,5 milhões de quilômetros quadrados. Porém, uma vez que a maioria dos países não emite mais CFCs, os cientistas acreditam que uma recuperação completa deve ocorrer por volta de 2065. Outra preocupação dos ambientalistas é o aumento do número de turistas em navios de cruzeiros à região, que subiu de 4 mil em 1990/1991 para 28 mil pessoas no verão de 2013/2014, de acordo com a Associação Internacional de Operadores de Turismo da Antártica.

A Antártica é cercada pelas águas do Oceano Antártico. Possui várias ilhas adjacentes e abriga o Polo Geográfico Sul, a 90° de latitude Sul, além do Polo Magnético Sul, cuja localização não é fixa. É o lugar mais frio do globo, com temperaturas inferiores a 0°C no verão e menores que 80 graus negativos no inverno. Sob o gelo, há mais de 350 lagos. Entre eles, estende-se o lago doce Vostok, um dos maiores do mundo, com 14 mil quilômetros quadrados de área.

No que diz respeito a economia, apenas a pesca comercial é regulamentada desde 1982. O Tratado da Antártica, que entrou em vigor em 1961 e internacionalizou a região, define seu uso exclusivamente para pesquisas com fins pacíficos. Não são permitidos exercícios militares, testes nucleares nem depósitos de lixo radioativo. O Brasil aderiu ao tratado em 1975 e o documento é ratificado por 50 países. Em 1991, foi assinado o Protocolo de Madri, que entrou em vigor em 1998. Esse documento proíbe por 50 anos (até 2047) a exploração econômica dos recursos naturais. Sete nações continuam reivindicando áreas e uma revisão do Tratado da Antártica: Argentina, Austrália, Chile, França, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido.

Para saber mais, veja também: