Real-Naturalismo no Brasil

Obras fundadoras:

Realismo: Memórias póstumas de Brás Cubas, 1881, Machado de Assis;

Naturalismo: O Mulato, 1881, Aluísio de Azevedo.

Como mencionado, o período em que as obras Realistas e Naturalistas começam a aparecer é de mudança no Brasil, assim como na Europa. Aqui, no nosso país, as ideias republicanas começam a circular nos principais meios intelectuais, bem como os ideais de abolição da escravatura. Foi a época do surgimento da chamada Geração Contestadora dos anos 70, uma geração fortemente antimonárquica, antiescravista e antirromântica.

Os intelectuais dessa época começaram a negar o Romantismo. Eles estavam de olho na Europa e perceberam o surgimento de uma outra forma de fazer literatura. Todas essas mudanças do período vão encaminhando os artistas para um movimento mais realista, de denúncia social, de tentativa de fazer uma crônica da situação da época.

Podemos dizer, então, que os principais aspectos sócio-históricos que rondam o surgimento do Realismo no Brasil foram:

► 2º Reinado (Dom Pedro II governando no país);

► Progresso econômico e industrial dos anos 1860;

► Abolição da escravatura (Lei Áurea), em 1888, assinada pela Princesa Isabel;

► Proclamação da República (1889).

Destaques do Realismo Brasileiro:

Realismo: O Ateneu, 1888, de Raul Pompéia

► Memórias póstumas de Brás Cubas, 1881, de Machado de Assis

Naturalismo: O Cortiço, 1890, de Aluísio de Azevedo

Machado de Assis

Machado de Assis é considerado o maior escritor da nossa literatura e o escritor realista de maior importância. Conhecido por “Mestre na Periferia do Capitalismo” ou por “Bruxo do Cosme Velho”, referência ao bairro da zona sul do Rio de Janeiro onde morou, Machado foi um observador atento da sociedade brasileira do fim do século XIX. Suas obras foram como uma lupa dos acontecimentos da época – o que o coloca, na lógica de observação analítica da sociedade, dentro do movimento realista.

Esse é o trecho de um escrito de Machado encontrado em suas crônicas e que reflete o que ele pensava sobre o papel do escritor na sociedade.

A hipocrisia da sociedade brasileira da época fica muito clara nas obras de Machado. Dentre as denúncias que ele faz em seus romances, está a tentativa dessa sociedade de mascarar o desejo de manutenção de privilégios, continuando com a exclusão dos mais pobres. Portanto, uma forte crítica à burguesia carioca, interessada em ascender economicamente sem se importar com nenhuma consequência.

Para Machado, essa realidade de seres humanos se depredando por dinheiro e status teria relação com o sistema capitalista, por isso o autor é chamado de “Mestre na Periferia do Capitalismo”.

Apesar dessa vertente crítica, as primeiras obras de Machado não foram tão críticas. A primeira fase da obra dele é romântica, atrelada às características do Romantismo. Existe até um certo conformismo em relação à sociedade brasileira.

Obras da primeira fase: Romântica

► Ressurreição (1872).

► A Mão e a Luva (1874).

► Helena (1876).

► Iaiá Garcia (1878).

Obras da segunda fase: Realista

► Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).

► Quincas Borba (1891).

► Dom Casmurro (1899).

► Esaú e Jacó (1904).

► Memorial de Aires (1908).

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