Períodos Compostos por Coordenação

Observemos os anúncios abaixo:

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Data de acesso: 24/08/2019

Como vimos, períodos compostos por coordenação ocorrem quando orações independentes compõem um mesmo período, estabelecendo, assim, uma relação de coordenação. Isso é o que acontece nos dois exemplos de anúncios em que as orações presentes nos períodos são semelhantes sintaticamente. O uso da conjunção aditiva “e”, no segundo anúncio, e da conjunção alternativa “ou”, no primeiro anúncio, faz com que sejam estabelecidas relações de adição e de alternância.

Entretanto, orações coordenadas não se configuram apenas pelo uso das conjunções, há as que não precisam dessa classe gramatical para que sejam estabelecidas relações de independência, como as orações coordenadas assindéticas.

Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas

Quando falamos em orações coordenadas, devemos ter em mente que há duas possibilidades:

► Orações justapostas, ou seja, elas estão colocadas uma ao lado da outra, sem nenhuma conjunção. → Assindética

► Orações ligadas por uma conjunção coordenada, ou seja, haverá uma conjunção aditiva, adversativa, alternativa, explicativa ou conclusiva fazendo a ligação dos termos. → Sindética

ROWLING, J.K. Harry Potter e a Pedra Filosofal / J.K, Rowling, tradução de Lia Wyler – Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

A partir dos exemplos acima, podemos entender melhor a diferença dessas orações coordenadas, pois, nas assindéticas, há apenas o sinal de pontuação separando as orações que semanticamente e sintaticamente estabelecem relação entre elas. Isto é, orações assindéticas se encadeiam sem a presença de uma conjunção, aparecendo justapostas separadas por vírgulas.

Desse modo, as orações sindéticas estruturam-se com a presença de uma conjunção, como no exemplo (1), em que há a conjunção adversativa “mas” e a conjunção aditiva “e” e, no exemplo (2), a conjunção explicativa “porque” está sendo usada para dar um sentido de explicação aos enunciados.

Conjunções

As conjunções fazem parte das classes gramaticais da nossa língua, elas são as responsáveis por estabelecer sentidos nos nossos enunciados, estabelecendo sentido de alternância, conclusão, explicação, adição e oposição (adversativas). Assim como nas orações coordenadas, há dois grupos de conjunções, entretanto o que nos interessa aqui é estudarmos as conjunções pertencentes ao grupo das coordenativas.

Visto isso, é a partir dessas conjunções coordenativas que se formarão as orações de período composto por coordenação sindética. Vamos ao estudo de cada oração coordenada sindética?

Orações Coordenadas Aditivas e Adversativas

Orações coordenadas sindéticas aditivas são aquelas em que há uma série de orações coordenadas organizadas de modo a dar um sentido de adição, sequência ou acontecimento.

► Nem tudo lhe cai bem, é um risco que se assume. (Vícios e virtudes – Charlie Brown Jr.).

► Que o fogo esquenta, mas também pode queimar. (Canção pra ela – Chimarruts).

Atenção: A conjunção “nem” tem sentido negativo, e significa “e não”. Por isso, não é necessário dizer ou escrever “e nem”. Usar apenas “nem” é o bastante.

Orações coordenadas sindéticas adversativas são aquelas em que há uma segunda oração que se opõe àquilo que se declara na primeira, estabelecendo, assim, uma relação de contraste ou compensação.

► Poder-se-ia argumentar que são os efeitos colaterais de uma guerra que precisava, naquele momento, de tais instrumentos. A questão muda de figura, porém, quando a exceção vira a regra.

► É, contudo, inadmissível que duas pessoas, o procurador geral e um ministro do Supremo, lancem o Brasil em uma crise institucional.

Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/denis-rosenfield/noticia/2017/06/tempos-conturbados-9808630.html Data de acesso: 18/06/2017

Orações Coordenadas Alternativas, Conclusivas e Explicativas

Orações coordenadas sindéticas alternativas são aquelas em que o conteúdo de uma das orações coordenadas exclui o conteúdo da outra. A conjunção alternativa mais usada normalmente é “ou”, mas também há casos em que os pares “quer… quer”, “já… já”, “ora…. ora”, também são muito utilizados.

Disponível em: http://tiras-snoopy.blogspot.com/2008/01/ Data de acesso: 24/08/2019

Orações coordenadas sindéticas conclusivas são aquelas em que há uma sequência de orações e a segunda indica uma conclusão ou consequência baseada no conteúdo da primeira oração.

► A proposta de intervenção precisa ser detalhada; deve conter, portanto, a exposição da intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para realizá-la.

Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.pdf
Data de acesso: 24/08/2019

Orações coordenadas sindéticas explicativas são aquelas em que uma oração explica o que foi afirmado na oração anterior.

► “A criminalização muitas vezes não se dá por meio de um tipo penal [enquadrando a prática em crimes], porque seria inconstitucional, mas por meio do direito administrativo”, diz Cymrot.

Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/06/03/Um-projeto-de-lei-quer-criminalizar-o-funk.-De-onde-vem-essa-vontade
Data de acesso: 24/08/2019

Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas e Orações Subordinadas Adverbiais Causais

E, antes de passarmos para a próxima etapa de estudo, que vem com as orações subordinadas, devemos atentar-nos a uma classificação em especial: as orações coordenadas explicativas x orações subordinadas adverbiais causais. Por quê? Porque muita vezes torna-se difícil diferenciá-las entre as orações. Essa dificuldade dá-se devido à semelhança entre a relação semântica estabelecida nesses casos.

História Estranha

“Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando.”

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001.

Em relação à oração subordinada adverbial causal, há uma equivalência de adjunto adverbial (o que não acontece com as coordenadas explicativas), por isso, deve-se substituir a oração iniciada com as conjunções “que“, “pois“, “porque” por uma outra equivalente, com o verbo no infinitivo, introduzida pela preposição por. Se isso for possível, teremos aí um caso de subordinada adverbial causal.

“Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer porque não temos mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando.”

“Não falo daquelas coisas que deixamos de fazer por não ter mais as condições físicas e a coragem de antigamente, como subir em bonde andando.”

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