Durante o processo de transição da Idade Média para a Idade Moderna, um elemento foi fundamental: as Grandes Navegações. Foi a partir das grandes navegações que a Europa passou a descobrir que havia outros “mundos” além daquele. Mas essas navegações não aconteceram somente porque alguns sujeitos isolados resolveram pegar navios e sair até o desconhecido. Boa parte das viagens marítimas desempenhadas pelos europeus no início da modernidade foi incentivada por uma nova política econômica daquele continente.
Se no período da Idade Média o sistema econômico e político vigente era o “feudal”, a partir do momento em que os feudos começam a perder força numa transição para regimes nacionais e formação do Estado moderno – que veremos mais adiante -, o modelo econômico também precisava passar por algumas alterações para que a economia europeia se mantivesse em pé. Esse novo modelo foi o mercantilismo. Vejamos as principais características do mercantilismo no esquema abaixo:

Os elementos que compunham o mercantilismo podem ser resumidos da seguinte forma:
► Metalismo: a medida de valor de um Estado era feita a partir da quantidade de metais preciosos que ele possuía. Por isso, uma das principais características do mercantilismo era a busca de metais preciosos – veremos que isso foi muito bem explorado nos países colonizados pela Europa.
► Balança comercial favorável: as exportações de produtos deveriam ser maiores do que as importações.
► Protecionismo: para que a política da balança comercial favorável acontecesse, a política interna dos Estados precisaria incentivar a produção de artigos manufaturados para concorrer com os produtos externos. A “proteção” era com os produtos internos.
► Intervencionismo: o Estado fixava tarifas sobre os produtos que vinham de fora do seu território para que fosse mais barato comprar produtos internos.
Esse sistema influenciou muitos países da Europa a buscarem outros espaços de poder. É claro que, em muitos casos, a descoberta dos europeus foi uma mera casualidade, mas o interesse dos novos reinos unificados e nacionais era o de ganhar metais, numa corrida mercadológica que envolveu outros territórios para além da Europa.
Colonialismo
Os principais continentes atingidos e destruídos pelo colonialismo foram a América (norte, central e sul), a Ásia e a África. Isso quer dizer que, ao passo em que um Estado europeu “descobria” um novo território e conseguia seu domínio pela legislação daquele período (porque não bastava descobrir, era preciso reivindicar aquele território como seu), se estabelecia um Sistema Colonial. De modo geral, esse sistema consistia em 3 elementos: uma metrópole, uma colônia de exploração e um pacto colonial. Vejamos o exemplo do Antigo Sistema Colonial de Portugal-Brasil:

Os países “metrópole”, como Portugal, Espanha, Inglaterra, entre outros, acreditavam que a exploração era a melhor forma de garantir poderio político naquele sistema. O mercantilismo impunha a estes Estados métodos de dominação de outros territórios por conta do metalismo, que vimos anteriormente. Mas, por outro lado, quem faz o sistema? É importante lembrar que o “pacto” colonial envolvia a obrigatoriedade da colônia de enviar tudo o que fosse produzido para sua metrópole. Convenhamos que, de “pacto”, não tinha nada, não é?
Descobrindo Costumes
Imagine você, agora, chegando em um lugar completamente desconhecido. Imagine que você foi enviado(a) para colonizar o planeta Marte. Chegando lá, você dá de cara com uma quantidade absurda de marcianos, que não compreendem sua língua, não sabem o porquê de você se vestir daquele jeito, nunca viram aquele aparelho no qual você chegou à terra deles, etc. Esse impacto cultural seria muito grande, não é? Grosso modo, foi mais ou menos assim que aconteceu nas Grandes Navegações do período Moderno, entre a Europa e os outros continentes.
O choque do descobrimento de costumes – que atingiu tanto os europeus quanto os habitantes dos outros continentes – foi muito alto, mas apenas alguns grupos específicos “levaram a pior”.
No caso brasileiro, por exemplo, muitos indígenas morreram por conta da imposição de costumes europeus. A maioria dos povos indígenas dos territórios estabelecidos aqui antes de sermos chamados de “brasileiros” não estava acostumada a utilizar roupas sobre suas peles, e com a imposição desses objetos, ao se banharem nos rios, os indígenas terminavam sendo tomados por doenças graves, como a pneumonia entre outras, e vinham a falecer. Isso sem falar nas doenças que os colonos traziam da Europa e que aqui se proliferavam. A “guerra” biológica involuntária matou muito mais indígenas do que a mão do homem branco.
Mas voltemos para a Europa.