Movimentos de Emancipação no Período Colonial

O funcionamento do sistema colonial gerava uma forte contradição entre metrópole e colônia: Explorar x Desenvolver. Afinal de contas, você não destrói e explora até a última gota daquele lugar que você quer para si, não é? Você quer que esse lugar melhore, se torne mais agradável, se desenvolva! E não que toda a riqueza dali somente escoe para outros lugares distantes. Esta contradição se apresentou MESMO no fim do século XVIII, quando a economia colonial começou a entrar em crise, desencadeando as últimas revoltas do período.

Inconfidência Mineira (1789)

A Inconfidência Mineira foi uma conspiração (do ponto de vista da Coroa) que ocorreu no ano de 1789 em Vila Rica, atual Ouro Preto. Entre seus objetivos estava a independência da região mineira do jugo Português. Foi, sobretudo, uma tentativa de revolta burguesa, aos moldes da Revolução Americana. A revolta deveria iniciar-se no dia da derrama, que o governo programara, mas acabou suspendendo quando soube dos planos dos revoltosos.

Dentre os fatores que influenciaram o movimento burguês de revolta, podemos destacar:

Os excessos da coroa em cobrar altos impostos;

A decadência da produção aurífera;

A influência do pensamento iluminista e da independência dos EUA.

Os Inconfidentes pensaram, ainda, em conseguir auxílio estrangeiro para garantir o sucesso do levante. Em 1786, o estudante José Joaquim da Maia teve um encontro na França com o ministro americano Thomas Jefferson, com essa finalidade. O estudante não chegou a retornar ao Brasil, falecendo na Europa. Os planos dos inconfidentes foram frustrados porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento.

Conjuração Baiana (1798)

A Conjuração Baiana teve características bem diferentes das anteriores, especialmente porque seus participantes pertenciam às camadas REALMENTE pobres da população. Para mostrar esse caráter popular, basta observarmos quem eram os chefes: Lucas Dantas e Luís Gonzaga das Virgens, que eram soldados, João de Deus do Nascimento e Manuel Faustino dos Santos Lira, alfaiates. A conspiração é, por isso, conhecida também como Revolta dos Alfaiates.

Inspirados nos ideais da Revolução Francesa, os inconfidentes pretendiam proclamar a República. Em 12 de agosto de 1798, os conspiradores colocaram nos muros da cidade papéis manuscritos chamando a população à luta e proclamando ideias de liberdade, igualdade, fraternidade e República. Foram descobertos e presos e, em 8 de novembro de 1799, enforcados em Salvador.

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