É importante saber que os rótulos ou nomes de escolas literárias que a crítica de literatura construiu são apenas nomes que englobam certas obras dentro de um contexto histórico e de uma semelhança estética. No entanto, esses rótulos não são assim tão importantes no momento em que efetivamente estamos apreciando uma obra literária. Na hora da leitura, temos que sentir de fato, e não ficar julgando, interpretando ou tentando enquadrar um romance dentro de uma caixinha.
A crítica literária se divide ao falar da literatura produzida após 1945. A data tem um peso histórico. Depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo mudou. Não só pelo horror da bomba atômica e do Nazismo, mas também pela divisão política que a Guerra Fria gerou e pelo aumento do consumismo nas nações que prosperaram após a guerra. Aqui, no Brasil, houve o fim do Governo Vargas e o início de um curto democrático, que duraria até 1964. Esse novo cenário fez surgir movimentações diferentes na literatura. Alguns teóricos afirmam que temos uma 3ª Geração Modernista, a Geração de 45; outros dizem que temos uma Literatura Pós-Moderna.
Aqui, no nosso estudo, chamaremos simplesmente de Literatura Contemporânea. Nosso objetivo é apresentar os principais autores, temáticas e obras da literatura produzida a partir de 1945 até mais ou menos os anos 2000. É uma apresentação e, ao mesmo tempo, um convite à leitura, pois, ao ler autores contemporâneos, nos percebemos mais fortemente, percebemos a relação dessas obras e desses personagens que vivem vidas um tanto parecidas com as nossas, por estarem mais ou menos vivendo em uma mesma “paisagem temporal”.