Como vimos, essa civilização se localizava entre os rios Tigre e Eufrates e a própria denominação “Mesopotâmia” significa isto: “terra entre rios”. Nesta região se estabeleceram inúmeros povos que migraram do alto das montanhas e passaram a ocupar o território do crescente fértil. Esse processo de ocupação culminou no encontro, mistura e disputa entre diversos povos.
Mas, já que estamos falando em civilizações, você sabe como elas se estruturaram e se consolidaram? Veja bem: com o domínio da agricultura e de técnicas de controle das cheias, essas sociedades passaram a ser organizadas de forma mais complexa. As primeiras cidades logo começaram a aparecer e cada uma delas possuía suas próprias estruturas de organização política, econômica e religiosa, por isso podem ser chamadas de cidades-estados. Nestas organizações, a sociedade dividia-se em castas , onde os sacerdotes, aristocratas, comerciantes e militares representavam a casta mais privilegiada; enquanto a maioria da população, que era formada por artesãos, camponeses e escravos de guerra, fazia parte da casta que não possuía direitos e se submetia às imposições dos primeiros.
Outro elemento fundamental para a edificação da Mesopotâmia foi a relação entre a religião e o poder político. Sem grandes explicações científicas para os fenômenos naturais, esses povos acreditavam na força e no poder de vários deuses. Todas as edificações das cidades eram destinadas a um deus e quem representava este deus na terra era o chefe político, podendo ser um rei ou um imperador.

Entre os diversos povos que formaram a Mesopotâmia, podemos citar: os sumérios, os babilônicos, os assírios e os caldeus. A seguir, veremos as particularidades de cada um deles.
► Sumérios (2800-2000 a.C.): É considerada a primeira civilização da Mesopotâmia. No início, em cada cidade-estado existia um sacerdote que governava com a ajuda de um grupo de anciões. Com o tempo, o sacerdote passou a ter maior autonomia sobre as decisões políticas e assumiu o status de monarca, chamado de Patesi, e o poder passou a ser hereditário. A partir disso, há a formação de uma dinastia com base no poder despótico, ou seja, um poder que é exercido sem limites.
Um dos grandes legados da civilização suméria foi seu trabalho com a lapidação de pedras e, principalmente, com a modelagem de argila. Com o desenvolvimento dessas técnicas, eles passaram a marcar em quadros de argila mole traços, na forma de cunha, para registrar suas trocas comerciais, o que originou a chamada escrita cuneiforme.
► Babilônicos (1900-1200 a.C.): Esse povo ocupou a parte ao norte da região onde estavam os sumérios e fundaram a grande capital, Babilônia, que já por volta de 1750 a.C. se tornou o maior centro urbano e comercial da Antiguidade. Isso só foi possível devido às políticas expansionistas do rei Hamurabi, que transformou essa civilização em um grande império e conseguiu dominar todo o território da Mesopotâmia, através da criação de algumas leis para controlar os inúmeros povos que ocupavam a região. O conjunto dessas leis e retaliações, elaboradas por ele para administrar o Império Babilônico, ficou conhecido como o Código de Hamurabi.
Os babilônicos, ao beberem nas criações dos sumérios, aprimoraram a escrita. Além disso, eles foram mais longe em suas contribuições ao criarem o calendário e um relógio que se alinhava aos raios do sol e, com base na sombra projetada sobre linhas, definia as horas do dia.
► Assírios (1200-612 a.C.): Esses povos eram compostos por guerreiros habilidosos. Eles invadiam, saqueavam, torturavam e matavam os vencidos. Sua expansão territorial começou com a busca de uma passagem para o Mar Mediterrâneo e, aos poucos, eles foram invadindo as regiões próximas à Babilônia. Tais conquistas possibilitaram a formação de um Império, porém, devido ao tratamento cruel que destinavam aos dominados, os assírios sofreram inúmeras revoltas internas nas regiões da Babilônia e Assur (capital do Império). O fim do Império Assírio ocorreu a partir da tomada de Assur pela aliança dos povos Medo e Caldeu, datada de 612 a.C.
► Caldeus (612-539 a.C.): O período em que os Caldeus derrotaram o Império Assirio é conhecido como o estágio final da civilização mesopotâmica, Segundo Império Babilônico ou período Neobabilônico. A conquista de Jerusalém pela dinastia de Nabucodonosor é um dos momentos mais importantes dessa fase. As conquistas militares foram marcadas por grandiosas construções de templos, de torres e dos famosos Jardins Suspensos. A invasão dos Persas culmina com o fim desse período Neobabilônico.