A matriz energética brasileira é a mais equilibrada entre as nações mais populosas ou ricas do planeta. De acordo com a Ministério de Minas e Energia do Brasil, 43,8% da energia usada pelos brasileiros veio de fontes renováveis (dados de 2016). A média mundial de uso de energias renováveis é de 12,7%, sendo que esta média cai para 6,2% entre os países-membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Até 1940, a queima de lenha fornecia 80% da energia dos brasileiros. Posteriormente, os recursos energéticos priorizados foram o carvão mineral e a hidroeletricidade (a partir da década de 1940). O petróleo ganha mais investimentos na década de 1950, as grandes hidrelétricas e a energia nuclear na década de 1960, o álcool nos anos 1970 e o gás natural na última década do século XX. Ao longo deste período, o país industrializou-se, urbanizou-se e eletrificou-se, ampliando a produção e a distribuição de energia. Mas, e daqui para frente, como será a política energética do país? A resposta é: um grande desafio!
Segundo previsões oficiais, nossa população poderá ser, em 2030, 40% superior aquela registrada no Censo de 2000. É necessário, portanto, gerar energia para esse crescente uso, além de buscar cobrir a defasagem de consumo médio por habitante que nos separa dos países centrais. O consumo brasileiro per capita deve passar de 1,29 tep/hab. (em 2007) para 2,33 tep/hab. em 2030.

Petróleo
► Produção de petróleo por área de exploração: em terra: 15%; na plataforma continental: 85%;
► Principais estados produtores de petróleo: RJ – 82%; RN – 5%; BA – 3%;
► A Bacia de Campos: no estado do Rio de Janeiro, é responsável por mais de 80% da produção nacional. Neste local, existem diversos campos de extração que possuem profundidade entre 124 e 1.886 metros.

► O Brasil anunciou oficialmente sua autossuficiência na produção de petróleo em 21 de abril de 2006. No entanto, ainda importamos alguns derivados.
► A jazida de Tupi possui entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo
► De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), foram declarados, em 2017, 12,835 bilhões de barris de petróleo em reservas provadas (1P) e 23,630 bilhões de reservas provadas, prováveis e possíveis
► Há, ainda, que se mencionar as descobertas de petróleo no chamado Pré-Sal. Os campos do Pré-Sal são compostos por grandes acumulações de óleo leve, de excelente qualidade e com alto valor comercial. Em 2018, a produção de petróleo no Pré-Sal atingiu a marca de 1,5 milhão de barris de petróleo por dia
Gás Natural
► As reservas brasileiras de gás natural são estimadas em cerca de 245 milhões de metros cúbicos, dos quais mais de 65% estão localizados na plataforma continental;
► Para a viabilização do uso desta matriz energética, na década de 1990, o país realizou um acordo com a Bolívia que culminou na construção do gasoduto Brasil-Bolívia, com 3.150 km de extensão.

Carvão Mineral
As principais áreas produtoras de carvão no Brasil localizam-se na Região Sul do país. Nos três estados que compõem esta região político- administrativa, encontramos o maior produtor nacional deste mineral e as maiores reservas.
Os maiores produtores de carvão do território nacional, na ordem, são:
► Santa Catarina: 63%
► Rio Grande do Sul: 34%
► Paraná: 3%


As reservas brasileiras são compostas pelo carvão dos tipos linhito e sub-betuminoso. As reservas brasileiras ocupam o 10° lugar no ranking mundial, mas totalizam 7 bilhões de toneladas, correspondendo a menos de 1% das reservas totais.
As termelétricas respondem por, aproximadamente, 18% da oferta de energia no país. As principais fontes energéticas destas usinas são:
► Carvão mineral (SC, RS e PR);
► Gás natural (RJ, RS, MS e SP);
► Óleo combustível (AM, MT, RO e BA);
► Biomassa (SP, MT, PR e AL).
Energia Nuclear
A energia nuclear é responsável por 2,4% da energia elétrica do território nacional.
O urânio figura como fonte primária da matriz energética mundial desde meados dos anos 60. No Brasil, apenas 25% do território foi prospectado em busca deste minério. Ainda assim, o país ocupa o 7º lugar do ranking, com 278,7 mil toneladas em reservas conhecidas e correspondentes a cerca de 6% do volume total mundial. As jazidas estão localizadas principalmente na Bahia, Ceará, Paraná e Minas Gerais, conforme informações da Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
A instalação de usinas nucleares em território nacional foi decidida em 1969. Com elas, o Governo Federal pretendia adquirir conhecimento sobre a nova tecnologia que se expandia rapidamente pelo mundo e, ao mesmo tempo, resolver um problema localizado: a necessidade de complementação térmica para o suprimento de eletricidade ao Rio de Janeiro.
A construção de Angra I iniciou em 1972, com tecnologia da empresa
Westinghouse (EUA) adquirida sem transferência tecnológica, com
capacidade de 626Mw. Em 1985, começou a produzir energia, porém, meses depois, foi interditada. Em 1987, voltou a funcionar de forma intermitente, mas apenas em 1995 de forma regular.
Três anos depois, em 1975, o país assinou com a República Federal da Alemanha o Acordo de Cooperação para o Uso Pacífico da Energia Nuclear. Em julho do mesmo ano, adquiriu as usinas de Angra II e Angra III da empresa Kraftwerk Union A.G. (KWU), subsidiária da Siemens, também alemã. O contrato previa transferência parcial de tecnologia. Angra II era prevista para 1983, no entanto, só passou a funcionar de forma regular em 2001.
Hidroeletricidade
Os maiores consumidores mundiais foram a China (482,9 TWh em 2007, volume 10,8% superior ao do ano anterior e correspondente a 15,4% no ranking mundial).
Em 2008, a maioria das grandes centrais hidrelétricas brasileiras localizava-se nas bacias do São Francisco e, principalmente, do Paraná, particularmente nas sub-bacias do Paranaíba, Grande e Iguaçu, apesar da existência de unidades importantes na região Norte. Por outro lado, é importante lembrar que, em maio de 2016, a ex-presidente Dilma Roussef inaugurou a hidrelétrica de Belo Monte, a segunda maior do país, localizada na bacia do rio Xingu, próximo a cidade de Altamira. A construção da hidrelétrica, que gerou uma série de críticas e protestos por parte de ambientalistas e populações indígenas, vai possibilitar, a partir de julho de 2020, a geração de 11.233 megawatts (MW), podendo atender 60 milhões de pessoas em 17 estados do país. Os potenciais da região Sul, Sudeste e Nordeste já estão, portanto, quase integralmente explorados.
