Introdução à Zoologia Comparada

Não deve ser novidade para vocês que a Zoologia é a área da Biologia que se dedica ao estudo dos animais. Mas, talvez, vocês ainda não saibam que, dentro dessa grande área, existem ramos. Como assim? Bom, um zoólogo que escolhe uma determinada espécie para estudar pode se dedicar a aspectos específicos dela, como, por exemplo, sua classificação taxonômica ou então quais os hábitos alimentares desta espécie. Geralmente, são estudos bem específicos. Se, hoje em dia, sabemos o que sabemos sobre os animais e suas características é graças aos biólogos que se dedicam a isso. Um viva a eles!

Por outro lado, a Zoologia Comparada não deixa de ser o estudo dos animais, mas a diferença aqui é a sua abrangência. Como o próprio nome diz, ela se dedica a um estudo comparado entre os mais diversos grupos animais e não apenas a um determinado grupo ou espécie. É através dela que conseguimos perceber que, mesmo apresentando as mesmas necessidades básicas, os animais arranjaram formas diferentes para lidar com elas. Mas não podemos pensar nesses aspectos sem recorrer à evolução. Afinal, como já disse um senhorzinho famoso, Theodosius Dobzhansky, “Nada na Biologia faz sentido exceto à luz da evolução”.

Mas não se assustem! Essa apostila continua sendo de Zoologia Comparada! Apenas precisamos contextualizar algumas coisas para tudo ficar claro e podermos dar continuidade, certo? Então, a base da evolução é a de que todos os organismos descendem de um ancestral comum e que, ao longo do tempo, foram sofrendo modificações e seleção natural, até chegar onde estão hoje e como os conhecemos. A partir da ideia de ancestralidade comum, fica evidente que as necessidades dos animais vão ser semelhantes em diversos aspectos, como respirar e excretar, por exemplo. Entretanto, a forma como eles enfrentam esses problemas são muito variadas. Isso está relacionado com a história evolutiva de cada grupo, que inclui diferentes ambientes e pressões seletivas. Pense, por exemplo, em uma esponja do mar, que é um animal aquático e séssil (preso ao substrato), e em um cachorro, terrestre e todo serelepe. Eles não vão realizar suas necessidades da mesma forma, né?

Então, a evolução não se deu da mesma forma em todos os animais. A partir disso, alguns organismos desenvolveram estruturas consideradas mais complexas, enquanto outros mantiveram características consideradas mais primitivas. E isso se aplica, então, na forma como os diferentes grupos realizam suas funções. Mas, cuidado, é importante não confundir complexo com mais ou menos evoluído. Um animal com estruturas mais complexas não é mais evoluído do que um animal mais simples. Se ambos estão vivos até hoje, é porque estão bem adaptados e vivendo muito bem. Além disso, um mesmo animal pode apresentar estruturas mais complexas relacionadas com uma determinada função e mais simples relacionadas a outra.

Visto isso, entendemos a relação entre evolução e zoologia comparada, e a importância dela para compreendermos as diferenças existentes hoje. Iremos aprofundar melhor cada uma dessas necessidades básicas e como elas são atendidas em cada grupo animal. Porém, é importante não esquecer que, apesar de estudarmos elas separadas, elas estão relacionadas entre si e todas precisam existir e funcionar direitinho para a sobrevivência dos organismos. Vamos lá, então?

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