Introdução à Poesia

O que é poesia, afinal? Ou, ainda, quem tem medo de poesia? Ou, quem não gosta de poesia, mas nunca leu? Ou, quem não gosta de poesia, porque não entende nada do que está lendo? São muitas perguntas, mas o fato é que vocês não podem deixar de ter poesia nas suas vidas, queridos leitores e queridas leitoras, porque, como diz o cantor e compositor Bob Dylan, grande poeta da literatura estadunidense, poetry is to inspire, ou seja, poesia é para inspirar. E nós não podemos viver sem inspiração, podemos?

How many times can a man turn his head and pretend that he just doesn’t see?

ou

Quantas vezes pode um homem virar a cabeça e fingir que não enxerga?

Quer dizer, podemos, nós, continuar caminhando, continuar vivendo e fingindo que não enxergamos a desigualdade social, as guerras, a violência, a obsessão por dinheiro que gera tanta desumanidade? Na música-poesia de Dylan, escrita durante o período da Guerra do Vietnã, os metafóricos versos nos fazem pensar sobre isso.

E não nos cabe definir o que é poesia? As definições ficam para os livros didáticos, focados em sua preocupação de enquadrar o mundo em conceitos tão estáticos; as definições ficam para as provas nas quais temos que preencher lacunas para ganhar uma nota; poesia é, como diria o poeta Vladimir Maiakóvski, uma viagem ao desconhecido.

No poema Limites ao Léu, Paulo Leminski traz uma série de vinte e duas definições do que é poesia a partir da concepção de diferentes autores. Quer dizer, a indomável poesia não se presta a definições e cada poeta, bem como cada leitor, cria o seu próprio conjunto de sentidos. O que importa é experienciar, e não conceituar! No entanto, talvez o que um poema que traga tantas diferentes definições nos indique é que poesia é liberdade e é território no qual não há possibilidade de fixar limites ou conceitos. Como diz o próprio Leminski, “A poesia é a liberdade da minha linguagem”.

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