Pode-se dizer que a primeira grande crise sofrida na república romana iniciou um processo que se desdobrou na queda da República e no início do Império. Isso porque Júlio César, um dos grandes comandantes militares durante a expansão romana, assumiu todos os poderes em Roma e estabeleceu mudanças políticas e administrativas naquela República. Essas mudanças, na prática, acabavam com a própria característica da República, pois a aristocracia tomava muito mais poder do que a República previa. Esse fato desencadeou o assassinato de Júlio César por um aliado político, evento que deu origem à famosa frase “até tu, Brutus?”.
Após a morte de Júlio César e, principalmente, a partir de 27 a.C., outro líder, Otávio, acumulou muitos poderes e se tornou o líder do poder romano. Seu nome ganhou o adendo de “Augusto”, ou seja, o divino. O Império Romano tomava forma, mas mantinha algumas poucas características da República, como o Senado, ainda que funcionassem apenas na aparência, figurativamente.
Esse primeiro momento do Império foi importante porque, a partir dele, diversas mudanças aconteceram. Uma delas foi a profissionalização do exército e a outra foi a política de paz. Achou estranho? Não é por menos, já que profissionalizar um exército e promover a paz são medidas, aparentemente, antagônicas. Mas, no governo imperial de Roma, essas duas medidas andaram juntas. A Pax Romana – paz romana – foi estabelecida por Otávio Augusto a fim de que a imensa vastidão de terras, que somavam 4 milhões de quilômetros quadrados, fosse bem governada.
No fim das contas, isso significou também uma crise no sistema de escravidão da época, que era regido pelas guerras. Os escravos eram capturados através das guerras e da expansão militar e territorial.