Fisiocracia
O conceito de fisiocracia (fisio= natureza; cracia= poder) expressa a concepção dos fisiocratas, que acreditavam que a agricultura era a principal atividade criadora de riqueza. Para os fisiocratas, a terra – e o aluguel da terra – era a única fonte de renda líquida (HOBSBAWM, 2011, p.36). O nome de maior destaque é o de François Quesnay (1694-1774), que pronunciou a famosa frase: “Laissez-faire, laissez-passer” (deixai fazer, deixai passar). Essa frase manifesta uma convicção dos fisiocratas: a existência de um poder natural (a natureza), que era maior do que as leis e os regulamentos criados pelo Estado. Ou seja, os fisiocratas, além de entenderem a agricultura como a principal atividade geradora de riquezas, também rejeitavam a interferência do Estado na economia.
Adam Smith
O escocês Adam Smith (1723-1790) é conhecido como o fundador do liberalismo econômico. Em alinhamento com o pensamento burguês da época, Smith criticou os privilégios da nobreza e do alto clero, bem como condenou as políticas econômicas mercantilistas. Em sua mais conhecida obra, A riqueza das nações (1776), afirmou que a atividade econômica deveria ser livremente conduzida pelas leis da oferta e da demanda (laissez-faire). Em outras palavras, a economia deveria ser primordialmente regulada pela “mão-invisível” do mercado. Ao Estado, caberia apenas a proteção da sociedade contra as invasões externas e contra as injustiças internas, bem como a manutenção e realização de obras de interesse geral. Por fim, observem o trecho extraído de “A riqueza das nações”, que ilustra a relevância dada por Smith ao indivíduo e à livre-iniciativa:
“[…] Ao perseguir seus próprios interesses, o indivíduo muitas vezes promove o interesse da sociedade muito mais eficazmente do que quando tenciona realmente promovê-lo.” (SMITH, 1996, p.430)
Despotismo Esclarecido
O fenômeno do despotismo esclarecido – ou absolutismo ilustrado – ocorreu na segunda metade do século XVIII na Europa central, oriental e mediterrânea. Sem abrir mão do próprio absolutismo, alguns monarcas tentaram introduzir em seus reinos elementos de ilustração, tais como: o incentivo à educação pública, por meio da construção de escolas e do apoio às academias literárias; o aperfeiçoamento do sistema de arrecadação tributária, de modo a tornar os tributos menos onerosos para as classes populares (COTRIM, 2012, p.351). Como exemplos de déspotas esclarecidos, é possível citar Frederico II, da Prússia (1712-1786); Catarina II, da Rússia (1729-1796); José II, da Áustria (1741-1790); e José I, de Portugal1 (1714-1777).
1 O primeiro-ministro de José I, marquês de Pombal (1699-1782), foi o responsável por promover as chamadas “reformas pombalinas”, que muito influenciaram a formação de uma burguesia comercial e manufatureira em Portugal.