
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Liberdade_guiando_o_povo
Data de acesso: 19/08/2019
Período: final do século XVIII e metade do século XIX.
Uma mulher, com os seios à mostra, trazendo a bandeira da França em uma das mãos e uma arma na outra, indica o caminho que a multidão atrás dela deve seguir, enquanto avança sobre corpos mortos e feridos. A atmosfera é de agitação, e quase podemos ouvir os estampidos das armas que alguns dos personagens carregam. O título nos indica que a misteriosa mulher é uma representação da liberdade, ou seja, uma alegoria. Trata-se de uma interpretação romântica da Revolução Francesa de 1830.
É interessante compararmos A liberdade guiando o povo com O julgamento dos Horácios. Diante da movimentação destas figuras, os personagens da pintura de David nos lembram a rigidez de estátuas. Tudo na pintura de Eugène Delacroix é excessivo e de contornos poucos definidos, por vezes envolvidos na fumaça e nas sombras. E isso não é por acaso. Trata-se de um modo de reforçar a dramaticidade contida na cena.
Para os artistas românticos, a emoção é o principal combustível para suas obras. Se na literatura, como, por exemplo, em Os sofrimentos do Jovem Werther (Goethe), o romantismo é direcionado para as relações amorosas, temos, no campo da pintura, uma percepção geralmente diferente do que é ser romântico. Em uma obra como A liberdade guiando o povo, não há conflito amoroso, mas sim engajamento apaixonado em nome de um ideal revolucionário. Nesse caso, morrer pela pátria, durante uma batalha, é uma atitude romântica. Sendo assim, embora o Neoclassicismo e o Romantismo possam, por vezes, compartilhar alguns temas (como por exemplo, a história), vemos, com o Romantismo, uma acentuada dramaticidade nas representações.
Principais características do Romantismo:
► Valorização das emoções, da subjetividade e da imaginação.
► Oposição ao gosto clássico, presente no Neoclassicismo.
► Exploração de temas históricos, literários, violentos e exóticos.