Anteriormente, falamos sobre o crescimento secundário, lembram? E já citamos tanto os tecidos secundários e ainda não falamos em detalhes sobre eles, né? Então, vamos entender um pouco sobre esse crescimento em espessura das plantas. Conforme estudamos, o meristema câmbio vascular origina tecidos secundários como o xilema e o floemao meristema câmbio da casca (felogênio) origina os tecidos secundários parênquima e feloderme (originada por divisão das células do felogênio em direção à parte interna da planta), que apresentam células que podem armazenar compostos, e o súber (felema). O súber é formado por células que depositam suberina em suas paredes celulares, substância que causa a morte da célula. O súber atua como isolante térmico e contra choques mecânicos.

Disposição dos Tecidos nas Plantas
Tá, mas e aí, como esses tecidos estão dispostos nas plantas? É isso que vamos descobrir agora. As raízes dos vegetais apresentam duas regiões bem definidas: a cortical e a central (cilindro central ou vascular – onde estão xilema e floema).
Em monocotiledôneas, o parênquima medular (ou o esclerênquima) fica no centro e, circundando a região central, encontramos o cilindro vascular (xilema e floema). Em dicotiledôneas, o xilema fica no centro e o floema alterna-se em suas projeções. Entre xilema e floema, existe o câmbio fascicular, que propicia o aumento em espessura da raiz.
Ao redor do cilindro central, há um tecido originado do procâmbio que sintetiza as raízes laterais secundárias: é o periciclo. Ao redor dele, encontramos a endoderme, com células que possuem uma faixa de suberina em suas paredes celulares (estria de Caspary). Estas faixas obrigam o material absorvido a passar pelo citoplasma das células endodérmicas, e não por entre as células, proporcionando proteção à planta contra agentes patogênicos.

A estrutura secundária da raiz de eudicotiledôneas (lembrando, as únicas que apresentam crescimento secundário) surge pelo trabalho do câmbio vascular – que formará xilema e floema secundários – e do felogênio, que constituirá a periderme.

Ao chegarmos ao caule das angiospermas, temos os feixes vasculares que constituem o sistema de transporte dessas plantas. Ficam distribuídos pelo parênquima medular em monocotiledôneas e, em eudicotiledôneas, formam um círculo ao redor do parênquima medular. O floema é mais externo ao xilema. Em crescimento secundário, o câmbio vascular produz xilema para perto da medula e floema para o lado do córtex. O felogênio forma a periderme.
Enquanto as plantas efetuam o crescimento secundário, a região interna do caule, composta basicamente por xilema, vai deixando de ser funcional. Apenas a parte mais externa do xilema continua viva, para que a planta não morra. Antes de morrerem, as células xilemáticas sofrem deposição de uma série de substâncias que as endurecem e protegem contra decompositores; essa região passa a ser denominada cerne. A parte funcional do xilema é o alburno, com coloração mais clara que o cerne.
Quando analisamos um corte de madeira transversal, percebemos que existem anéis concêntricos sucessivos: são os anéis de crescimento. Esses anéis são chamados anuais em plantas de regiões temperadas, pois a planta se desenvolve em função da temperatura. Os anéis iniciais ou primaveris (claros) se desenvolvem durante períodos mais quentes, desenvolvendo células menos densas com paredes finas. Os anéis tardios (escuros), com células de paredes espessas e densas, se desenvolvem durante períodos mais frios.
As folhas são revestidas pela epiderme. Externamente à epiderme, existe uma camada de cera impermeável, a cutícula. Na face anterior da folha, diferenciam-se os estômatos. Na região central da folha, diferenciam-se os parênquimas clorofilados paliçádicos e lacunoso/esponjoso que, em conjunto, compõem o mesofilo.
O parênquima clorofilado paliçádico é constituído por células justapostas que se localizam junto à superfície superior da folha, para protegê-la da luz e do calor excessivo. Abaixo do paliçádico, onde a luz já está difusa e menos intensa, o parênquima lacunoso se distribui livremente. Plantas que estão expostas a condições severas de luminosidade e calor podem desenvolver criptas estomáticas na face inferior da folha; são reentrâncias que contêm estômatos, para evitar a desidratação.
As nervuras ocorrem no mesofilo e são os feixes vasculares de xilema, geralmente localizados no lado superior, e de floema, geralmente localizados no lado inferior.