Guerras Gregas

Duas guerras foram as mais importantes do mundo grego: As Guerras Médicas e a Guerra do Peloponeso.

As Guerras médicas (499-475 a.C.) podem ser descritas também como Guerras Greco-Pérsicas. Apesar de realizadas em uma região distinta, elas fortaleceram o caráter intercultural do mundo grego. Com a ascensão política, econômica e cultural de Atenas, era quase inevitável que outras regiões sentissem o impacto da força grega no comércio marítimo. Nesse sentido, os Persas disputavam a dominação do comércio de bens e de matéria-prima neste cenário do Mar Mediterrâneo.

Para além do embate entre Atenienses e Persas, esse momento revela um dos poucos períodos de unificação entre as pólis gregas, o que as caracterizava como uma única força política – algo que pode ser difícil de entendermos hoje em dia, em que as forças políticas unificadas estão envolvidas pela região territorial também unificada. Mas façamos um esforço de esquecer por alguns momentos como os Estados são compostos hoje em dia e como as nações se organizam no mundo moderno e tentemos compreender esse tipo de organização política entre diferentes cidades autônomas, mas que, em alguma medida, se sentiam próximas umas das outras, unidas por um passado em comum.

Atenas e Esparta mantiveram uma ligação muito forte e lideraram o embate contra os persas. Outras pólis gregas também tiveram importantes papéis nesse processo. Ao final das Guerras Médicas, Atenas saiu como a principal pólis do mundo grego, fortemente equipada militarmente e muito poderosa no âmbito político.

Foi nesse momento que surgiu a Liga de Delos. Os políticos atenienses iniciaram um processo de proteção econômica e militar às pólis gregas, uma aliança que ficou conhecida por Liga de Delos, por ter sido criada em uma ilha com esse nome. O acordo da Liga era simples: as pólis aliadas deveriam contribuir com soldados, navios e dinheiro para organizar uma política de proteção aos participantes da Liga. Em princípio, o tesouro oriundo dessas doações das pólis ficava localizado em Delos, mas, posteriormente, a riqueza foi transferida para Atenas. Aos poucos, a pólis grega de Atenas foi se tornando detentora de uma riqueza extrema. E é óbvio que teve gente que não gostou da ideia.

A partir dessa política de imperialismo ateniense, em que a pólis arrecadava tributos de outras pólis para a manutenção da segurança (ou suposta segurança), outras pólis também reclamaram. Foi o caso de Esparta.

Esparta passou a liderar uma outra Liga, a Liga do Peloponeso. Tinha esse nome porque foi estabelecida entre os países que compunham a região do Peloponeso. A Liga do Peloponeso estava do lado oposto da luta política e econômica da Liga de Delos. Os primeiros acreditavam que os segundos estavam exercendo um domínio maior do que deveriam sobre a região grega. Para além disso, a questão política teve um peso relevante. Os Espartanos acreditavam que a política democrática ateniense entrava em conflito com os seus ideais. Portanto, o conflito que se desenvolveu entre a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta, e a Liga de Delos, liderada por Atenas, teve um forte caráter econômico e um caráter político ainda maior!

O que se viu, a partir dessa disputa, foi uma guerra muito longa (quase 30 anos!) e que destruiu física e economicamente a região grega, em suas diversas pólis. Esse conflito ficou conhecido como a Guerra do Peloponeso. Durante muito tempo, Esparta liderou a Liga do Peloponeso e venceu o conflito contra Atenas e a Liga de Delos, até que, a partir de 371 a.C., a pólis Tebas destruiu essa dominação.

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