► Aliteração: é a repetição de uma mesma consoante. Assim como quase todas as outras figuras de harmonia, é comum na poesia e também na música. Observe nesse poema de Hilda Hilst:
De Da morte odes mínimas
Fui pássaro e onça
Criança e mulher.
Numa tarde de sombras
Fui teu passo.
HILST, Hilda. De Da morte odes mínimas. Disponível em: https://www.suplementopernambuco.com.br/edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/92-ficcao/1850-hilda-hilst-em-cinco-poemas.html Data de acesso: 16/03/2019.
Lembrando que repetição de consoante é a repetição do fonema e não da letra. Nesse poema, o fonema /s/ é repetido várias vezes nas palavras pássaro, onça, criança, sombras e passo. Como podemos ver, esse fonema é representado por diferentes letras, como “ss”, “ç” e “s”.
► Assonância: é semelhante à aliteração, com a diferença de ser referente à repetição de vogais, não de consoantes. Observe esse poema de Paula Glenadel:
Entreato
Entreato
crio rato
como mato
beijo sapo
cato cato cato
faço nada
bebo água
bato lata
tapo tapo tapo
limpo prato
chupo prego
danço frevo
fervo fervo fervo
GLENADEL, Paula. Quase uma arte. 1 Ed. São Paulo: Cosac & Naify, 2005.
Ao longo de todo poema, temos a presença marcante da vogal “o”.
► Paronomásia: é um conjunto de palavras que não estão relacionadas em questão de sentido, mas que possuem uma sonoridade semelhante. Também é uma figura comum na poesia. No Brasil, foi amplamente explorada pelos poetas concretistas, como Décio Pignatari e Augusto de Campos:


► Onomatopeia: quando uma palavra ou expressão procura imitar um
som.

Neste quadrinho do romance gráfico Bando de Dois, de Danilo Beyruth, a onomatopeia “brak, brak, brak” representa o som dos tiros.