A Extração Mineral no Brasil

A mineração de ouro e pedras preciosas no Brasil desenvolveu-se com grande intensidade no século XVIII, levando Portugal à condição de maior produtor mundial de ouro. Obtivemos como resultado, além de diversos impactos ambientais, a interiorização da colonização do país (criação de muitas cidades). A mineração de metais ganhou destaque no século XX, embora existam registros de extração de minério de ferro já durante a Colônia.

O Brasil dispõe de uma grande variedade e quantidade de minerais, mas o aproveitamento desses recursos é prejudicado pela falta de conhecimento das nossas reservas e de capital para a sua exploração. A falta de capital tem levado a uma enorme participação do capital estrangeiro no setor de mineração, bem como em grande parte dos países subdesenvolvidos. Nenhum tipo de exploração pode ser feito sem a aprovação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Principais Áreas Produtoras de Minérios no Brasil

Quadrilátero Ferrífero ou Central (MG): as principais jazidas de minério de ferro do estado de MG localizam-se nesta área, cujos vértices encontram-se nas cidades de Belo Horizonte, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas. A produção desta área destina-se ao mercado interno e externo; os principais compradores são países da Europa Ocidental e Japão. Há dois eixos de produção e escoamento do minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero: um é o do Vale do Rio Paraopeba; o segundo e mais importante é o do Vale do Rio Doce (que inspirou o nome da companhia), de onde o minério é transportado até os portos de Vitória e Tubarão (ES).

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) é a maior exportadora de ferro do mundo. Foi privatizada no governo do presidente FHC, em março de 1997. Explora jazidas de ferro em MG e participa de vários outros empreendimentos. Recentemente, a empresa tem sido responsabilizada pelos rompimentos das barragens de Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Os rompimentos causaram mortes, deixaram pessoas desabrigadas e, ainda, proporcionaram inúmeros danos ambientais e sociais. A Vale tem sido apontada como negligente em ambos os casos.

Além do ferro, outros minérios encontrados na região são: manganês, estanho, bauxita, urânio, zinco e ouro.

Maciço de Urucum (MS): localizado no Pantanal mato-grossense, possui modesta produção de ferro e manganês em virtude da distância e da falta de meios de transporte para os principais centros consumidores. A produção é escoada por barco pelo rio Paraguai, através do porto de Corumbá.

Serra do Carajás (PA): neste local, no sudeste do Pará, foi descoberta, em 1967, a maior província mineralógica do planeta com abundância de ferro, manganês, bauxita, estanho, ouro, cobre e níquel. O responsável pela descoberta foi um geólogo da empresa United States Steel, transnacional norte-americana do aço.

Em 1970, a CVRD associou-se a uma subsidiária da United States Steel no Brasil para explorar o minério de ferro da Serra do Carajás. Sete anos depois, a empresa norte-americana saiu da sociedade por causa da não rentabilidade do negócio. Para viabilizar a exploração dessa riqueza no interior da Floresta Amazônica, o Estado brasileiro arcou com as despesas de implementação da infraestrutura necessária à extração e ao escoamento do minério, o que causou aumento na dívida externa brasileira. Esta proposta de construção de infraestrutura ficou conhecida como Projeto Carajás.

Vale do Rio Trombetas ou Serra de Oriximiná (PA): neste local foi descoberta, em 1966, pela Alcan, empresa transnacional canadense do ramo de alumínio, uma grande jazida de bauxita. Assim, nas décadas de 70 e 80, seguiu-se a política dos governos militares de ocupar e aproveitar economicamente o espaço amazônico. Foram feitas sociedades entre empresas estatais, principalmente a CVRD, e empresas transnacionais. O Projeto Trombetas abastece diversas empresas do Projeto dos Pólos de Alumínio (muitas delas estrangeiras) que utilizam energia elétrica de Tucuruí, vendida para estas empresas com desconto de 15%.

Serra do Navio (PA): grande produção de manganês, iniciada na década de 1950. As reservas desta região estão quase esgotadas.

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