Demografia do Brasil: Perfil

Os dados fornecidos pelo último censo demográfico, realizado pelo IBGE em 2010, indicam que o Brasil continua realizando sua transição demográfica. As três fases do ciclo demográfico são as seguintes:

Primeira fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade, originando baixo crescimento populacional. O Brasil abandonou essa fase no início do século XX.

Segunda fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e declínio das taxas de mortalidade, gerando elevado crescimento populacional. É a transição demográfica propriamente dita, que antecede a última etapa do ciclo, a da estabilidade. Os países desenvolvidos concluíram essa fase nas primeiras décadas do século XX. O Brasil atingiu o auge dessa fase na década de 60, quando a taxa de crescimento populacional se aproximou de 3% ao ano.

Terceira fase: caracterizada por baixas taxas de natalidade e de
mortalidade, gerando baixíssimo crescimento populacional, estagnação e, até mesmo, taxas negativas de crescimento. O Brasil ingressou nessa fase no início do século XXI. Por volta do ano 2050, o Brasil estará completando o seu ciclo demográfico.

A população brasileira cresce (1,17% ao ano), mas em ritmo cada vez menor, e está cada vez mais velha. Isto devido ao processo de crescimento do número de idosos (diminuição da taxa de mortalidade) e à diminuição do número de crianças e de adolescentes (redução da taxa de natalidade). Este processo ocorre em diferentes proporções conforme a região do país.

A taxa de fecundidade da população brasileira sofreu uma queda acentuada – redução no número de filhos por mulher em idade reprodutiva –, comprovando, assim, a tendência da redução da natalidade. Em 1960, a média era de 6,3 filhos por mulher; em 2000, passou a ser de 2,3 filhos.

As principais características da população brasileira, reveladas pelos censos de 2000 e 2010, são as seguintes:

► Aumento da idade mediana ou envelhecimento da população: Por idade mediana entende-se a linha divisória entre os 50% mais velhos e os 50% mais novos da população. Por exemplo: a idade mediana passou de 25,9 anos, em 2000, para 29,4 anos, em 2010. Em todas as regiões brasileiras aumentou a parcela de adultos (15 a 64 anos) e de idosos (acima de 65 anos). Em síntese, pode-se dizer que a população brasileira está envelhecendo.

► Outro indicador de envelhecimento da população é a relação entre o número de idosos e de jovens. Em 2000, esse indicador era de 19,77, ou seja, havia quase 20 idosos (pessoas com mais de 65 anos) para cada 100 jovens. Em 2008, essa relação era de 24,7.

► O total de habitantes ou população absoluta do país (cerca de 200 milhões de habitantes) classifica o Brasil como país populoso (com elevada população absoluta), situando-o em 5o lugar entre os mais populosos do mundo. Em função de sua grande área territorial (8.514.204,6 km2), a densidade demográfica nacional é baixa (± 23 hab/ km2), ou seja, é um país pouco povoado.

A taxa de analfabetismo, embora elevada, está diminuindo. Passou de 25,5% em 1980 para cerca de 20% em 1991, para 12,8% em 2000 e para 9,7% em 2010. Entretanto, o universo de 19,6 milhões de analfabetos ainda representa uma das maiores taxas da América Latina. Os estados campeões em analfabetismo, por região, são: Alagoas, no Nordeste (22,5% de analfabetos); Acre, na Região Norte (15,9%); Mato Grosso, no Centro-Oeste (7,8%); Minas Gerais, no Sudeste (7,6%) e Paraná, no Sul (5,7%).

A mortalidade infantil passou de 48% para 23,6% entre 1991 e 2010. O Nordeste apresentou a maior queda, apesar de ter as mais altas taxas do país. Passou de 72,9% (1991) para 33,2% (2010). As menores taxas estão nas regiões Sul (15,1%) e Sudeste (16,6%). Pelo levantamento populacional de 2010 do IBGE, a mortalidade infantil de SC, o estado com a menor taxa, é de 10,5%.

► De acordo com dados de 2017, a renda per capita do brasileiro – que é obtido por meio da divisão do Produto Interno Bruto (PIB) pela população total do país – é de U$ 9.821,41 por ano. Esse indicador, contudo, pode mascarar o elevado nível de concentração de renda no país. No Brasil, aqueles que se encontram entre os 1% mais ricos concentram cerca de 30% da renda nacional.

O Brasil encontra-se em 79° lugar, num ranking de 188 países, com um IDH de 0,754 (índice de 2012). Ainda que apresente grande potencial econômico, o país puxa o índice para baixo quando se considera os indicadores sociais, pois um terço da população vive abaixo da linha da pobreza, a expectativa de vida ao nascer é de 73,2 anos (2010) e a taxa de analfabetismo é de 9,7%. Ao analisarmos o IDH calculado em 2008 por unidade da federação, temos o Distrito Federal (0,874), Santa Catarina (0,840) e São Paulo (0,833) nas melhores colocações. O Rio Grande do Sul estava em 5o lugar, com um IDH de 0,809, e Alagoas (0,677) apresentou o IDH mais baixo.

O número de brasileiros que vivem com menos de U$ 1,25/dia (abaixo da linha da pobreza) é de 16,2 milhões (algo em torno de 8,5% da população do país), e essa situação se reflete nas condições de moradia, segundo dados do Índice de Pobreza Multidimensional realizado com apoio da ONU.

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