Declínio da Primeira República

Neste tópico, vamos abordar alguns movimentos que protagonizaram contestações, queixas, críticas e lutas durante a década de 1920 e contribuíram para o declínio da Primeira República. Consequentemente, todos esses movimentos contribuíram para o processo que culminou com a Revolução de 1930, ou seja, na queda do poder político das oligarquias rurais.

Movimento Tenentista: Dentre os movimentos relevantes da década de 1920, destacamos o Tenentismo. Este teve como protagonistas os jovens militares de patente baixa do Exército e formou as fileiras da oposição ao poder oligárquico. A reivindicação dos tenentes continha um sistema universal de ensino e a criação de uma Justiça Eleitoral que pusesse fim às fraudes eleitorais e ao voto de cabresto. Este movimento foi responsável por uma série de levantes armados que contribuíram para o fim do poder oligárquico. Entre estes levantes, citamos a Revolta dos 18 do Forte (1922), a Revolução Paulista (1924) e a Coluna Prestes (1925-1927).

Semana de Arte Moderna: A vida cultural brasileira era voltada para a importação da arte europeia, ou seja, não refletia a vida social brasileira. Pensando nisso, um grupo de artistas organizou a Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922. O movimento modernista ganhou destaque ao dar conteúdo brasileiro à estética cubista, expressionista e futurista. O movimento cultural também contribuiu com a crise política ao fazer duras críticas ao governo oligárquico, que não incentivava o desenvolvimento cultural do Brasil.

Movimento Operário: O surto industrial e o surgimento da burguesia e do proletariado foram marcados pela ausência de qualquer regulamentação trabalhista. Desta forma, eram comuns as longas jornadas de trabalho, baixos salários, trabalho infantil e o risco de acidentes nas fábricas. Na passagem do séc. XIX para o séc. XX, a classe operária começou a se organizar para reivindicar a defesa dos direitos trabalhistas. Este período é marcado pelo surgimento dos primeiros sindicatos com forte influência das ideias anarquistas e comunistas. Os marcos deste movimento são a Greve Geral de 1917 e a fundação do PCB (Partido Comunista) em 1922.

Reação Republicana: O descontentamento em relação à hegemonia de São Paulo e Minas Gerais provocou divergências entre as próprias oligarquias. As oligarquias dos estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro passaram a questionar a Política Café com Leite. Essa insatisfação gerou o movimento da Reação Republicana, que enfrentou a aliança café com leite nos processos eleitorais a partir de 1922. Embora não tenha conseguido chegar ao poder, contribuiu para a crise política do final da década de 1920.

Lutas Populares: A República Velha também é marcada por inúmeras revoltas sociais. A miséria e a marginalização da população rural deram origem a movimentos de caráter messiânicos e violentos. A Guerra de Canudos (1896-1897), a Revolta de Juazeiro (1911) e a Guerra do Contestado (1912-1916) são exemplos de revoltas populares de enfrentamento ao coronelismo e, ao mesmo tempo, caracterizadas por elementos religiosos e lideranças messiânicas.

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