A Crise dos Mísseis e o Agravamento

Pessoal, dando continuidade à seção anterior, estudaremos agora a chamada “crise dos mísseis”, que ocorreu justamente durante a gestão do presidente Kennedy.

A REVOLUÇÃO CUBANA (1959) – Liderada pelos irmãos Castro e pelo guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara, esta Revolução conseguiu derrubar o ditador Fulgêncio Batista que, desde 1933, governava com o apoio dos EUA. A Revolução, apesar de inicialmente não ser socialista, era nutrida por um sentimento nacionalista e anti-americano, principalmente por conta da influência que os EUA possuíam sobre Cuba desde a sua independência1. De modo mais específico, Cuba poderia ser descrita como uma “colônia de férias” para os estadunidenses, que aproveitavam a infraestrutura voltada ao turismo (cassinos, hotéis, boates, etc.), enquanto a maioria da população cubana vivia em condições precárias e sofria com a miséria. Fechado esse parêntesis, o presidente Kennedy, ao notar que o regime instalado em Cuba era avesso aos interesses dos EUA, passou a formular políticas para isolar e derrubar o governo cubano, como foi o caso da chamada Aliança para o Progresso2.

1 Cuba, que por quatros séculos foi uma colônia espanhola, contou com o apoio dos EUA para consolidar sua independência em 1898. Depois disto, os EUA pressionaram o Congresso cubano para que fosse inserido na Constituição do país a chamada “Emenda Platt”, que autorizava a intervenção do governo dos EUA em determinados casos, o que tornava Cuba uma espécie de “protetorado”.

2 Seria possível dizer que a “Aliança para o Progresso” equivalia ao Plano Marshall para a América Latina. O objetivo da iniciativa era realizar investimentos nos países latino-americanos, de modo a evitar que o “espírito revolucionário” de Cuba se espalhasse pelo continente.

INVASÃO DA BAÍA DOS PORCOS – Vocês devem imaginar que os EUA não deixariam “barato” a instalação de um governo avesso aos seus interesses logo em seu “quintal”. Após financiar e treinar cerca de mil exilados cubanos, essas tropas desembarcaram na Baía dos Porcos com o objetivo de depor Fidel Castro. Sem muitas dificuldades, os exilados foram derrotados. Sem sossegar, os EUA conseguiram excluir Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA), assim como impor um rígido embargo econômico.

CRISE DOS MÍSSEIS – O que vocês imaginam que Cuba fez após esses desafetos com os EUA? Isso mesmo, se aproximou da URSS e do bloco socialista. Essa aproximação tornou-se evidente em 1962, quando informações da inteligência dos EUA comprovaram que os soviéticos estavam instalando plataformas de lançamento de mísseis em Cuba. Em resposta, a Marinha dos EUA realizou um bloqueio naval ao redor da ilha com o intuito de evitar a chegada das embarcações soviéticas. Após 13 dias de muita tensão, os diplomatas soviéticos e estadunidenses chegaram a um acordo: a URSS retiraria os mísseis de Cuba e, em contrapartida, os EUA também retirariam os mísseis que haviam sido anteriormente instalados em território turco.

GUERRA DO VIETNÃ – Depois de esfriar em Cuba, a Guerra Fria começou a esquentar na Ásia. Ainda durante o governo Kennedy, os EUA passaram a intervir em um conflito que daria muito trabalho para as Forças Armadas do país: a Guerra do Vietnã. Separado por zonas de influência – ao norte com orientação socialista e ao sul com apoio dos EUA – os “vietcongs” iniciaram um processo de invasão da porção sul do país, com o objetivo de reunificar o Vietnã. O sucessor de Kennedy – Lyndon Johnson (1963- 968) – intensificou a participação dos EUA no conflito, que chegou a contar com a participação de meio milhão de soldados. O crescente número de mortes, principalmente de jovens, causou indignação na opinião pública. Os movimentos pacifistas cresciam na mesma proporção em que os EUA se atolavam no conflito. Apesar da superioridade militar, os EUA tiveram grandes dificuldades em lidar com as táticas de guerrilha dos vietcongs. Após sucessivos reveses, os EUA retiraram suas tropas em 1973, apenas dois anos antes do fim do conflito.

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