Classificação do Relevo

Nas últimas décadas, foram feitas várias classificações do relevo brasileiro, tornando-as cada vez mais precisas.

A primeira delas ocorreu no final da década de 1940, quando o professor Aroldo de Azevedo classificou o relevo nacional a partir de esboços já existentes. O pequeno nível de detalhamento apresentado se deve às limitações tecnológicas e de informações sistematizadas da época. Azevedo usou como critério para distinguir planaltos de planícies a altimetria – o limite de 200 m de altitude distinguia uma forma da outra.

Nas décadas de 1950 e 1960, o professor Aziz Ab’Saber reelaborou a classificação do relevo brasileiro a partir da proposta feita por Azevedo. Para esse trabalho, ele contou com fotografias aéreas que proporcionaram um detalhamento maior em relação à classificação. A partir de um critério morfoclimático, que explica as formas do relevo pela ação do clima, foram consideradas as seguintes definições:

Planalto: área em que os processos de erosão superam os de
sedimentação;

Planície: área em que os processos de sedimentação superam os de erosão, independentemente das cotas altimétricas.

O Brasil passou a possuir dez compartimentos de relevo. Os planaltos correspondem a 75% da superfície e as planícies a 25% da superfície do território.

Na década de 1980, o professor Jurandyr L. S. Ross, com base nas classificações anteriores e nas informações obtidas pelos Projetos Radam e Radambrasil – projetos implantados na década de 1970 que tinham como objetivo ampliar o conhecimento e o controle do território nacional através do seu mapeamento, utilizando imagens aéreas – propôs uma divisão do relevo brasileiro tão detalhada quanto os novos conhecimentos adquiridos sobre o território nacional nos projetos. Nesta divisão, o Brasil apresenta 28 unidades de relevo divididas da seguinte forma:

Onze planaltos: superfícies irregulares que podem apresentar diferentes aspectos (serras, chapadas, escarpas, morros) com altitudes acima de 300 m;

Onze depressões: áreas mais ou menos planas que sofrem prolongados processos de erosão, com altitudes variando entre 100 e 500 m. Segundo Ross, “São áreas mais planas que os planaltos”;

Seis grandes planícies: superfícies planas com altitudes que não ultrapassam os 100 m.

Ross aprofundou o critério morfoclimático de Ab’Saber, que passou a fazer parte de um conjunto mais amplo de fatores, como a estrutura geológica, a ação de agentes externos do relevo, passados e presentes, e o nível altimétrico. Assim, a classificação de Ross tornou-se mais complexa do que as anteriores.

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