Circulação

Outra necessidade básica que todos os animais possuem é a de circulação. Mas vocês já se perguntaram porque isso é preciso? Acabamos de ver que as células precisam receber nutrientes, resultantes do processo de digestão, para realizar suas funções. E, como todo metabolismo, esse também gera resíduos que precisam ser eliminados das células. Isso só é possível porque as células estão imersas em meio líquido e é aí que entra o Sistema Circulatório!

Sua principal função é, então, a de transporte de substâncias. E não apenas de nutrientes e resíduos, mas também de hormônios, gases respiratórios, células sanguíneas, como as hemácias, e também células do sistema imune, como os monócitos. Para que esse transporte seja possível, o sistema circulatório é formado por um órgão propulsor, o coração; um fluido extracelular, que pode ser a hemolinfa ou o sangue; e por fim, vasos condutores.

Existem animais que não possuem esse tipo de sistema. Mas como eles vivem, já que ele é essencial? Esse transporte, de fato, é necessário, mas lembram das soluções diferentes em cada grupo? O contexto mudou, mas a ideia não. Bom, em organismos mais simples, como é o caso de alguns invertebrados marinhos, esse sistema não faz falta. Isso porque, geralmente, possuem o corpo pequeno e achatado, e esse formato faz toda a diferença, já que permite um fácil contato da superfície do corpo com o meio e, assim, ocorre a difusão desses nutrientes, resíduos e todo o resto. E, ainda por cima, conseguem manter taxas metabólicas elevadas. Legal, né? Em outros invertebrados, que não possuem sistema circulatório, mas são maiores, essa condição impossibilita um elevado metabolismo e, por isso, existe a tendência de serem animais mais lentos e, até mesmo, fixos ao substrato, como é o caso das esponjas do mar.

Com o aumento do corpo dos animais e o surgimento de atividades mais complexas, se fez a necessidade de sistemas circulatórios diferentes. Principalmente porque os músculos consomem muita energia, ou seja, nutrientes, e, com isso, também elimina muitos resíduos. Além disso, tecidos e órgãos não são capazes de sintetizar seus próprios nutrientes e, então, precisam ser abastecidos.

Como tudo, o sistema circulatório também se diferencia nos grupos animais. Existem espécies que possuem sistema circulatório aberto, que é o caso de Artrópodes e alguns Moluscos. Nesse tipo de circulação, o fluido extracelular é a hemolinfa, que é incolor e, pela pressão exercida pelo coração, é impulsionada para as regiões do corpo, através dos vasos. Porém, em algum momento, esse fluido vai sair dos vasos e escoar livremente pelos tecidos. Depois, retorna para o coração. Devido a essa característica de ser aberta, há pouca pressão e, com isso, a hemolinfa não consegue atingir grandes distâncias, sendo uma circulação lenta e limitante no tamanho desses animais.

Já na circulação fechada, o fluido é o sangue e circula apenas dentro dos vasos. Há a presença de capilares, que são vasinhos finos, por onde ocorre a troca entre o fluido e os tecidos. Foi uma vantagem evolutiva que apareceu, pois permitiu a existência de animais de tamanhos maiores e com maiores taxas de metabolismo. É encontrado em Anelídeos, Vertebrados e Cefalópodes, um grupo de Moluscos. Nesse tipo de circulação, podemos encontrar, ainda, diferenças. A primeira é a circulação simples. Simples por quê? Porque passa apenas uma vez pelo coração dos animais que a possuem. Nesse caso, o coração entra em contato apenas com sangue venoso, ou seja, aquele sangue rico em gás carbônico (CO2). É encontrada em animais que possuem brânquias, como peixes e anfíbios larvais. O sangue é bombeado para as brânquias, onde é oxigenado, e de lá é bombeado para as outras partes do corpo, retornando, por fim, ao coração.

Já na circulação dupla, como o nome sugere, o sangue passa duas vezes pelo coração, já que é separado em dois circuitos: a circulação pulmonar, que leva o sangue até o pulmão, e a circulação sistêmica, que leva o sangue para o restante do corpo. Dessa forma, o coração recebe sangue venoso e sangue arterial, que é o rico em oxigênio. Encontramos esse tipo de circulação em de anfíbios adultos, répteis, aves e mamíferos. Ela pode ser dividida, ainda, em circulação incompleta, que é caracterizada pela mistura do sangue venoso com arterial e ocorre em anfíbios e répteis, e em circulação completa, que ocorre nas aves e mamíferos e não há a mistura dos dois tipos de sangue, devido ao coração desses animais possuir quatro câmaras completamente separadas umas das outras.

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