China: da Revolução à Abertura

Pessoal, a partir de agora vocês irão estudar um pouco sobre o socialismo no país mais populoso do mundo.

GUERRA CIVIL – A partir de 1930, dois grupos rivais entraram em uma guerra civil no interior da República que havia se instalado na China em 1911. De um lado, estavam os nacionalistas do Kuomintang (KMT), liderados por Chiang Kai-shek; do outro lado, estavam os comunistas do Partido Comunista Chinês (PCCh), liderados por Mao-Tsé Tung. Com a invasão japonesa em 1937, ambos os grupos realizaram uma aliança militar temporária, tendo em vista o objetivo comum de expulsar os invasores estrangeiros. Após a derrota japonesa em 1945, o conflito entre nacionalistas e comunistas foi retomado. Através do suporte das massas camponesas, Mao-Tsé Tung protagonizou a chamada “Grande Marcha”, culminando com a vitória dos comunistas em maio de 1949.
Os nacionalistas refugiaram-se na Ilha de Formosa (Taiwan), fundando a República da China. A parte continental da China passou se chamar República Popular da China (RPC). É importante ressaltar que a China estava inserida em um ambiente regional notavelmente marcado pela influência dos EUA e de seus aliados – como o Japão e a Coreia do Sul – o que dificultou ainda mais a instalação e a consolidação de um regime comunista na China. Por fim, apenas para ilustrar a influência dos EUA na Ásia, em 1954, os mesmos criaram, em conjunto com seus aliados regionais, a Organização do Tratado do Sudeste Asiático (OTASE), que representava uma “OTAN” dos países asiáticos.

COMUNISMO CHINÊS – Em um primeiro momento, a RPC se aproximou da URSS, simbolizado na assinatura de um Tratado de Amizade, Aliança Militar e Assistência Mútua em 1950. Entre outros fatores, as políticas de “desestalinização” e “coexistência pacífica” adotadas por Kruschev afastaram, gradativamente, a RPC da URSS, culminando no posterior rompimento sino-soviético. Na década de 1960, a RPC fabricou a sua primeira bomba atômica, o que era visto pelos líderes chineses como indispensável para a autonomia, independência e segurança do país.

GRANDE SALTO PARA FRENTE – Como forma de dar novo ímpeto ao Plano Quinquenal estabelecido em 1953, o PCCh planejou a realização de um plano econômico denominado de “Grande Salto para a Frente”. O plano, que pretendia industrializar e reduzir a dependência chinesa do mercado internacional, deixou muito a desejar. Na realidade, vocês precisam saber que o plano foi um redundante fracasso, resultando em estagnação econômica, desnutrição e fome.

REVOLUÇÃO CULTURAL – Após o fracasso do “Grande Salto para Frente”, Mao-Tsé Tung buscou reafirmar a sua autoridade. Com o objetivo de revitalizar o espírito revolucionário chinês, a Revolução Cultural adquiriu feições muito autoritárias. Nessa perspectiva, vocês precisam saber que o período é marcado pela repressão aos adversários políticos de Mao, bem como pela perseguição daqueles que supostamente possuíam uma postura “burguesa” ou “contrarrevolucionária”.

DENG XIAOPING E A ABERTURA ECONÔMICA – Após a morte de Mao em 1976, o PCCh passou por importantes mudanças. Em primeiro lugar, os membros mais ortodoxos do partido foram afastados e, em alguns casos, julgados pelos excessos cometidos durante a Revolução Cultural. Em segundo lugar, o novo líder da RPC, Deng Xiaoping, passou a enfatizar que o foco da China não deveria ser o combate à cultura ocidental e burguesa, mas a integração econômica do país no mercado internacional. Somente assim, argumentava Deng, a China conseguiria desenvolver sua economia e conservar a Revolução de 1949. A RPC passou a introduzir mecanismos de mercado, autorizar a iniciativa privada na agricultura e abrir o país ao comércio e aos investimentos estrangeiros. De forma equilibrada, planejada e, acima de tudo, regulamentada, a abertura econômica chinesa levou ao aumento da produção interna, das exportações e do crescimento econômico. Atualmente, as autoridades do PCCh, que ainda dominam o sistema político do país, sublinham que o processo de abertura da economia inaugurou o “socialismo com características chinesas”.

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