As cadeias alimentares podem ser de dois tipos: de pastejo ou de detritos. A que se inicia com um produtor é chamada de cadeia alimentar de pastejo. Nesses casos, o alimento produzido pelos autótrofos é utilizado por eles próprios e pelos heterótrofos com auxílio da respiração aeróbica: um processo de liberação da energia contida nos alimentos orgânicos. Este processo permite que o organismo heterótrofo consiga utilizar a energia contida em moléculas orgânicas para o funcionamento do seu organismo e, ao mesmo tempo, promove perda de energia para o ambiente na forma de calor.
Como parte da energia original fixada pelos produtores é utilizada por eles próprios e por cada nível trófico, e por também haver perda de outra parte desta energia na forma de calor, a energia disponível para os níveis tróficos superiores sempre é menor do que a fixada por organismos autotróficos. Chamamos isso de fluxo de energia ou transferência unidirecional de energia.
Fala-se em cadeia alimentar de detritos nos casos em que a matéria orgânica inicial está sob a forma de matéria orgânica finamente particulada, de folhas caídas, de partes maiores de plantas mortas e de corpos de animais mortos (ou seja, detritos), ao invés de ser a que constitui o corpo do produtor. Um bom exemplo é a análise de um tronco caído, sem vida. Ele será colonizado por fungos, que podem formar cogumelos. Estes, por sua vez, podem ser consumidos pelo ser humano. Nesta cadeia, o consumidor primário é o fungo; o secundário, o ser humano.
Nos ecossistemas, o número de níveis tróficos é limitado em função da disponibilidade de energia para o nível seguinte. Isto porque, ao ocorrer a passagem de um nível trófico para outro, há perda de energia. Desta maneira, quanto mais distante estiver um nível trófico do nível do produtor, menor será a energia disponível para o seu desenvolvimento.
Importante! As cadeias alimentares são modelos criados pelos seres humanos para facilitar o estudo da interação entre os seres vivos, permitindo uma melhor visualização dessas interações e, assim, uma melhor compreensão. Contudo, as coisas são bem mais caóticas na vida real. O que acontece, de fato, são teias alimentares, em que os organismos participam de diversas cadeias alimentares, constituindo uma interação entre todos eles e formando um emaranhado de seres vivos se relacionando. Ou seja, uma teia.

Como essa interação entre os organismos gera uma relação entre todos os níveis tróficos, as comunidades, ou até mesmo o ecossistema, podem sofrer grandes mudanças se houver a extinção súbita de qualquer um dos componentes da teia, entrando em colapso, causando a extinção de mais organismos/populações, modificando aquele ecossistema e interferindo nas relações ali presentes.