
Segundo o IBGE, o Brasil é formado por seis biomas de características distintas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Cada um desses ambientes abriga diferentes tipos de vegetação e de fauna.
O Pampa, considerado um campo “limpo” (na maior parte da extensão) devido ao predomínio de gramíneas, com raros arbustos e árvores, é um campo relictual, visto que a floresta está em expansão em sua direção, já que esse bioma não encontra-se no clímax. Ele ainda apresenta tal fisionomia principalmente pela agricultura e manejo de fogo utilizado pela pecuária. O solo é originalmente fértil, no entanto, por causa da sua má utilização, está dando sinais de arenização. Os animais que habitam esta região são predominantemente répteis, aves e mamíferos como as capivaras.Possui cerca de 35% da vegetação original, o restante é ocupado pela agricultura e pecuária. A descaracterização desse bioma vem sendo acelerada com a silvicultura de espécies exóticas, como o Eucalyptus sp.
A Amazônia (Floresta Tropical Pluvial) é a maior floresta tropical do mundo e cobre 49% do território brasileiro. Também apresenta a maior diversidade biológica. A temperatura média anual é de 28oC e a pluviosidade é muito alta. O solo é pobre em nutrientes, devido à degradação rápida da matéria orgânica e também à eficiente absorção pelas raízes das plantas dos nutrientes que resultam deste processo. Desta forma, a maior parte dos nutrientes está no corpo das plantas e não no solo. Alguns representantes vegetais são: cupuaçu, guaraná, seringueiras, palmeiras (açaí, tucumã). Fauna: macaco-prego, jacarés, araras, preguiças, tucanos… Apesar de possuir cerca de 80% da vegetação original remanescente, está ameaçada principalmente por causa do desmatamento para expansão da agricultura.
A Mata Atlântica (Floresta tropical) se estende do norte ao sul do país, através de montanhas e planícies litorâneas. Também é considerada uma floresta tropical pluvial do tipo costeira, apresentando muitas das características da Amazônia. A temperatura anual fica próxima dos 21oC. Os altos índices de precipitação deste bioma se devem, em parte, à cadeia costeira de montanhas. Ela atua como uma barreira ao vapor d’água que vem do oceano: ao atingir as montanhas, esse vapor sofre resfriamento e ocorre a condensação e a precipitação da água na forma de chuva. Assim, produz-se uma região úmida o suficiente para suportar essa densa mata com flora e fauna exuberantes. Apesar da vasta biodiversidade, atualmente está dividida em pequenos fragmentos, restando menos 23% da vegetação original (nas estimativas mais otimistas), enquanto outras apontam 8,5%. Suas ameaças estão no desmatamento, na ocupação não planejada e na agricultura.
O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, possui predomínio de gramíneas, com arbustos e árvores retorcidas de pequeno porte compondo a paisagem. O solo é pobre em nutrientes, porém possui uma grande riqueza em alumínio, o que torna o solo tóxico. A sazonalidade é marcada por períodos de seca intensa e de chuva de intensidade moderada. Por causa da seca intensa, ocorrem incêndios, porém as plantas possuem adaptações para esse fenômeno natural, como uma espessa camada de cortiça nos caules, raízes profundas e laterais. Mantendo cerca de 43% da vegetação original, sua maior ameaça está na agricultura e na pecuária. O solo pobre necessita de grande transformação para possibilitar essas práticas, alterando muito as características originais.
A caatinga, apesar de ser a região mais árida do país, não pode ser considerada um deserto, e sim um campo seco. A vegetação é xerófita, com cactos e árvores esbranquiçadas. Com cerca de 50% da vegetação original preservada, possui muitas espécies endêmicas de importância biológica. As principais ameaças são a agricultura e o desvio de recursos hídricos. A seca é intensificada com as práticas antrópicas.
O pantanal é a maior planície alagável do mundo. Na cheia, chega a ter 3⁄4 de sua área alagada. É um ecótono que recebe água de regiões adjacentes. A vegetação original chega a 83% e suas ameaças principais são a agricultura, a pecuária e o mau uso dos recursos hídricos, descaracterizando a área.