Ásia: Aspectos Socioeconômicos

O continente asiático é o mais populoso, com 4,3 bilhões de habitantes (2014). Mas, depois da explosão populacional entre as décadas de 1950 e 1970, sua taxa de crescimento demográfico diminuiu. O índice projetado pelo Fundo de População das Nações Unidas (Fnuap) não chega a 1% entre 2010 e 2015. A distribuição da população é muito desigual. Mais de 60% dos habitantes se concentram na China e na Índia. Em contraste com cidades superpovoadas, como Tóquio, Mumbai, Calcutá e Délhi, existem regiões pouco habitadas ou desabitadas, entre elas a Sibéria, o Tibete e a Península Arábica.

Os conflitos em curso no continente provocam grandes deslocamentos de pessoas. De acordo com dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), os maiores contingentes recentes de refugiados são formados por 2,5 milhões de emigrados do Afeganistão, além de 4,8 milhões de palestinos e cerca de 05 milhões de pessoas provenientes da Síria.

O continente abriga grande diversidade religiosa, com predominâncias por região ou país: animismo (Sibéria), hinduísmo e jainismo (Índia), siquismo (Paquistão e Índia), taoísmo e confucionismo (China), xintoísmo (Japão), budismo (Ásia Centro-Oriental e Sudeste Asiático), judaísmo (Israel), cristianismo (Rússia, Oriente Médio e Filipinas) e islamismo (Oriente Médio, Ásia Centro-Ocidental e Indonésia). Há, também, grande riqueza étnica e linguística, com idiomas de todos os troncos, exceto o ameríndio e o africano. O mandarim, o bengali, o hindi, o russo e o japonês, presentes no continente, integram o grupo das dez línguas mais faladas no mundo.

A Ásia apresenta contrastes econômicos extremos. A porção mais desenvolvida – que inclui o Japão e parte dos países do Sudeste – registra renda per capita quase 100 vezes maior que a das regiões pobres. No sul do continente, a pobreza atinge proporções alarmantes: 24,5% da população sobrevive com menos de 1,25 dólar por dia, de acordo com dados do Banco Mundial. Mais de 50% da força de trabalho no sul asiático está empregada na agricultura, especialmente nas nações do Subcontinente Indiano (Índia, Paquistão e Bangladesh).

A China é a nação que mais se industrializa com a abertura econômica iniciada no fim dos anos 1970, por iniciativa do Partido Comunista Chinês (PCCh), sob a direção de Deng Xiaoping. O país criou Zonas Economias Especiais (ZEEs), nas quais empresas transnacionais fabricam ou apenas montam produtos para exportação e são favorecidas pelos baixos salários chineses e por sua conversão favorável da moeda local, o yuan, para dólares, entre outras facilidades.

Essa abertura econômica permitiu que o PIB chinês mantivesse um crescimento de 10% em média entre 1990 e 2013. Nos últimos anos, o país viveu uma desaceleração da sua economia, mas, ainda assim, apresenta um bom desempenho em relação a outras nações.Além da China, os primeiros países chamados de Tigres Asiáticos (Cingapura, Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul) e os Novos Tigres Asiáticos (Malásia, Filipinas, Indonésia e Tailândia) também alcançaram taxas excepcionais de crescimento, em torno de 8%, a partir da década de 1980.

A extração mineral é a principal fonte de divisas dos prósperos países do Golfo Pérsico, que detêm quase 50% das jazidas mundiais de petróleo e vastas reservas de gás natural. O petróleo começa a ser intensivamente explorado também na Ásia Central. Nos últimos anos, oleodutos que saem do Cazaquistão e do Azerbaijão passaram a transportar petróleo do Mar Cáspio para a Rússia e a Europa. A China também investe na construção de gasodutos no continente.

O fim do regime do Taliban no Afeganistão, em 2001, abre perspectivas para que as grandes empresas petrolíferas retomem o ambicioso plano de construção de oleodutos, passando pelo país e pelo Paquistão, para escoar a produção da Ásia Central no Mar da Arábia. Contudo, a persistente instabilidade na região ainda impede que o projeto avance. A atividade extrativista é intensa também na Rússia – que detém um quinto do gás natural do planeta e grandes reservas conhecidas de petróleo, carvão, ferro, ouro e diamante, a maior parte situada na Sibéria – e na China, uma das maiores produtoras mundiais de carvão e petróleo.

O crescimento econômico em ritmo acelerado na Índia e na China, nas últimas décadas, ameaça piorar os problemas ambientais já percebidos no continente como consequência do aumento do consumo de energia. A Agência Internacional de Energia teme que os dois países ampliem seu parque de produção elétrica com novas usinas movidas a carvão e óleo, que emitem grande quantidade de gases agravantes do efeito estufa. Em 2010, a China superou os EUA e já é o maior emissor de carbono do mundo, além de ser o principal consumidor de energia. Para reduzir suas emissões, a China tem priorizado a ampliação do uso da energia hidrelétrica e de outras menos poluentes, como a eólica, a solar e mesmo a de usinas nucleares.

A Ásia responde por 45% da produção mundial de cereais, com destaque para o arroz (90% do total global). Mas, ainda assim, precisa importá-los para suprir a demanda interna, especialmente a da China. Entre os principais produtos exportados estão o chá, a borracha e a cana-de-açúcar. Com o objetivo de integrar sua economia, as nações asiáticas impulsionam, desde 1989, o fórum Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) e mantêm laços cada vez mais fortes com a Europa e a América. Transformado em bloco econômico nos anos 1990, o organismo tem a perspectiva de criar, até 2020, uma zona de livre-comércio entre seus 20 países membros e Hong Kong (ex-colônia britânica devolvida à China em 1997). Para isso, o fórum estimula a redução de taxas e o estabelecimento de normas comuns de produção.

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