O relevo, o modelado da superfície terrestre, é fruto da atuação de duas forças opostas: a endógena, ou interna, e a exógena, ou externa.
Os agentes endógenos (formadores do relevo) são:
► Tectonismo: movimentos que deslocam e deformam as rochas que compõem a crosta terrestre. Há dois movimentos associados ao tectonismo ou diastrofismo:
- Os movimentos epirogênicos: soerguimentos e rebaixamentos da crosta terrestre. São movimentos amplos e lentos resultantes da isostasia. Ocorrem em áreas onde as rochas oferecem maior resistência, gerando falhamentos (falhas).


- Os movimentos orogênicos: movimentos que originam as montanhas (cadeias). Atuam, preferencialmente, nas zonas de instabilidade da crosta e são caracterizados como movimentos de pequena duração no tempo geológico, mas muito intensos. Ocasionam dobramentos (dobras) da crosta terrestre.

► Vulcanismo: processo de extravasamento do magma em superfície terrestre através de fendas ou fissuras ou através de um corpo vulcânico. O vulcanismo ocorre geralmente em áreas fraturadas e sísmicas. Existem duas áreas no planeta onde encontramos o maior número de vulcões: Círculo do Fogo do Pacífico (3/4 dos vulcões ativos do mundo) – composto pela Cordilheira dos Andes, pela Costa Ocidental da América do Norte, Japão, Havaí e Filipinas – e Círculo do Fogo do Atlântico.Existem manifestações vulcânicas secundárias, como os géiseres (fontes termais).

► Abalos sísmicos: são movimentos da superfície terrestre através de vibrações que provocam deslocamentos e/ou falhamentos; terremoto, quando em terra; maremoto, quando em mar. As causas dos abalos sísmicos são o tectonismo, o vulcanismo e os desmoronamentos internos (dissolução de rochas). Ex.: Falha de San Andreas (EUA) e Falha da Anatólia (Turquia).

Os agentes exógenos (modeladores do relevo) são os agentes que provocam a erosão – desgaste das rochas, transporte de sedimentos e deposição dos mesmos. Os agentes erosivos mais atuantes nas alterações do relevo terrestre são:
► Erosão Marítima: as águas do mar modelam as linhas costeiras, modificando os litorais, realizando um trabalho destrutivo e construtivo (cordão de praia). O poder de erosão das ondas recebe o nome de abrasão. As falésias são as formas características da abrasão.

► Erosão Glacial: a erosão ocorre através do deslocamento das geleiras continentais e alpinas e do consequente atrito entre elas e o piso e paredes dos vales. As áreas de depósito sedimentar de uma geleira chamam-se moraina glacial. Uma das formas de relevo mais características da erosão glacial são os vales em “U”, que, em certos locais, geraram os fiordes;
► Erosão Pluvial: constitui a ação erosiva pela queda das águas das chuvas. Ao cair, as águas pluviais desgastam o solo e carregam parte do material erodido. A inclinação do terreno e a falta de vegetação tornam mais intensos os processos de erosão pluvial. Temos três tipos de erosão pluvial: superficial, laminar e de ravinamento;

► Erosão Fluvial: decorrente da erosão pela ação das águas dos rios; este agente exógeno provoca a erosão, o transporte e a acumulação de material. A formação de vales, cânions, planícies fluviais e deltas ocorre através da erosão fluvial;

► Erosão Eólica: a erosão pelo vento é mais atuante nas regiões desérticas e litorâneas e menos nas regiões equatoriais. No trabalho destrutivo, o vento retira as partículas mais finas da rocha – processo denominado de deflação – originando formas esculturais do relevo. O trabalho de acumulação e deposição do vento acaba por formar as dunas e os solos de Loess (sedimentos muito finos e muito férteis – quartzo, argila e calcário, na China meridional, por exemplo);

► Erosão Antrópica: resultante da atuação do homem.
Formas de Relevo
As macroformas de relevo encontradas na superfície terrestres são:
► Montanhas: são as maiores saliências do relevo; na maioria das vezes, têm origem ligada aos processos endógenos. Algumas montanhas, por serem antigas, não estão mais em processo de construção; podem apresentar altitudes medianas;
► Planaltos: também conhecidos como chapadas ou escarpas, são superfícies topográficas que possuem, geralmente, altitudes superiores a 300 m, formadas por relevos residuais (unicamente pela estrutura geológica original) resultantes de processos erosivos prolongados;
► Depressões: são áreas do relevo que se situam abaixo do nível do mar ou dos terrenos que o circundam. Podem ser:
depressões absolutas – situam-se abaixo do nível do mar;
depressões relativas – situadas abaixo do nível dos terrenos que as circundam.
► Planícies: grande extensão de terreno, caracterizado por apresentar superfície plana ou levemente ondulada e pouco elevada acima do nível do mar.

Macroformas de Relevo
► Relevo cárstico: resultante da erosão subterrânea de rochas de fácil dissolução, como o calcário, por exemplo. As formas mais conhecidas deste tipo de relevo são as cavernas – com suas estalactites e estalagmites – e as dolinas.


O território brasileiro está completamente inserido na Plataforma Sul-Americana, cuja história geológica remonta há mais de 03 bilhões de anos. O território nacional foi compartimentado em 09 Províncias Estruturais com base em feições estratigráficas, tectônicas, metamórficas e magmáticas peculiares a cada uma delas, recebendo as denominações: São Francisco, Borborema, Tocantins, Parnaíba, Paraná, Amazonas-Solimões, Mantiqueira, Amazônica e Costeira.
Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e dobramentos antigos. O país não apresenta dobramentos modernos.
As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da área total do território brasileiro. São divididas em grandes e pequenas bacias, que se formaram nas eras Paleozoica (± 570 a 250 milhões de anos), Mesozoica (± 250 a 70 milhões de anos) e Cenozoica (de 70 milhões de anos até hoje).
No Brasil, as áreas cristalinas (escudos) ocupam cerca de 36% do território. Foram formadas em épocas muito antigas (pré-cambrianas → entre 4,5 bilhões e 570 milhões de anos) e são tectonicamente estáveis.
A ocorrência de recursos minerais no país está intimamente ligada à geologia do nosso território. Os terrenos arqueozoicos correspondem a 32%, e os proterozoicos a 4% da área total do país. Nos terrenos da Era Proterozoica estão as riquezas minerais do Brasil – ferro (hematita), manganês (pirolusita), estanho (cassiterita), alumínio (bauxita), ouro e cobre, entre outros. O que denominamos Complexo Cristalino Brasileiro formou-se na Era Arqueozoica e é constituído por rochas magmáticas (granito) e metamórficas (gnaisse).
